Cerca de 3.000 polícias patrulham durante a época natalícia o interior de comboios em França, especialmente os de alta velocidade e os regionais de Paris, devido à ameaça terrorista ‘jihadista’, foi hoje divulgado.

O secretário-geral da empresa ferroviária francesa SNCF, Stéphane Volant, disse à rádio Franceinfo, que os polícias destacados podem registar a bagagem e estão apoiados por cães e detetores de explosivos e de armas.

A preocupação com a segurança dos comboios aumentou desde as notícias que informam que o tuinisino Anis Amri, suposto autor do atentado de Berlim (Alemanha), de 19 de dezembro, viajou por França antes de ser morto pela polícia de Milão, Itália, na manhã de sexta-feira.

A França mobiliza hoje de manhã, véspera de Natal, pelo menos 91.000 efetivos entre polícias e exército para prevenir ataques, confirmou também o ministro francês do Interior, Bruno Le Roux.

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O governante também explicou que as autoridades francesas estão a investigar a rota seguida pelo tunisino Amri e pediu prudência perante as informações segundo as quais terá viajado de comboio por França. No ataque de Berlim morreram 12 pessoas atropeladas por um camião.

Ameaça terrorista mantém-se muito elevada

A ameaça terrorista “mantém-se muito elevada” em França mas não há “elementos formais” de uma ameaça para o Natal, mesmo havendo “um risco”, indicou o diretor geral da polícia nacional francesa, Jean-Marc Falcone, numa entrevista ao Journal du Dimanche.

“Os nossos serviços de inteligência analisam diariamente o estado da ameaça. Ao fim de vários meses este mantém-se muito elevado em França, tal como nos países europeus que fazem parte da coligação [contra o Estado Islâmico]. Depois da experiência, infelizmente, do atentado de Nice, o ataque de Berlim confirma-nos que é necessário pôr em funcionamento um dispositivo de segurança de elevada intensidade, tanto ativo como passivo, juntos dos grandes ajuntamentos”, explicou Falcone ao jornal francês.

“O atentado de Berlim recordou a todos os autarcas a necessidade de novas reavaliações, de verificar que todos os mercados de Natal e todas as missas de meia-noite estão bem protegidas”, acrescentou, numa entrevista que pode ser lida na edição de hoje do jornal.

Questionado sobre a cooperação com os serviços alemães após o atentado de Berlim, o responsável disse que as equipas de investigação francesas trabalham “diariamente com os serviços alemães e a partir de agora com os italianos”, já que o alegado autor do ataque, Aris Amri, foi morto em Milão pela polícia italiana durante um controlo de identidade.

O departamento antiterrorista da polícia judiciária está a fazer “investigações extensivas” para “determinar de forma precisa se, durante a sua viagem, o terrorista atravessou o nosso território”, explicou.

Na mala de Amri os investigadores encontraram um bilhete de comboio que mostrava que tinha entrado em Chambéry e passado por Turim antes de chegar a Milão, de acordo com os meios de comunicação alemães. A polícia italiana confirmou apenas que chegou de comboio vindo de França.