O Irão e seis potências mundiais revelaram, na sexta-feira, documentos classificados relativos ao seu acordo nuclear para reforçar a sua opinião de que Teerão não está a contornar os limites ao enriquecimento de urânio.

Alguns dos documentos estão datados de 06 de janeiro de 2016, poucos dias antes de o pacto ser concretizado. Mas não estavam divulgados até sexta-feira, quando foram colocados no sítio, na internet, da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que está a monitorizar o acordo.

O entendimento estipula que o Irão pode possuir apenas urânio pouco enriquecido, que não é próprio para armas, designadamente nucleares, além de estar também limitado na quantidade, a qual nunca pode passar dos 300 quilos.

Isto é muito menos do que seria necessário para fazer uma arma nuclear, mesmo que estivesse mais enriquecido para os níveis exigidos para o núcleo de uma arma destas.

Quando o acordo nuclear foi finalizado, o Irão tinha mais de 100 quilos de resíduos líquidos ou sólidos contendo urânio pouco enriquecido como parte das suas atividades de enriquecimento.

Algum do material continua e os documentos divulgados na sexta-feira declaram que o urânio pouco enriquecido que eles contêm é “irrecuperável”, o que os situam fora dos limites dos 300 quilos.

No sítio da AIEA está também uma carta da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, a autorizar a divulgação dos documentos.

Não foi fornecida qualquer explicação para o facto de terem sido tornados públicos quase um ano depois de o acordo ter sido alcançado. Mas a sua divulgação ocorre quando a próxima Presidência dos EUA já fez saber que pode procurar anular o acordo.

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