O ministro da Defesa israelita ordenou este domingo a suspensão dos contactos de caráter “civil e político” com a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) devido à resolução aprovada na sexta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU contra os colonatos judeus.

A ordem foi dada pelo ministro Avigdor Lieberman ao organismo do Exército que coordena as relações com a ANP e não afeta por agora a cooperação em matéria de segurança, informa o serviço de notícias Ynet.

Ainda que o Ynet não tenha dado pormenores, a decisão de Lieberman tem em princípio um impacto limitado, dado que ordena a interrupção dos contactos com funcionários em assuntos civis mas não a cooperação em si, burocratizada há anos através da chamada Administração Civil.

No plano político, os contactos de comandos do Exército israelita com os palestinianos é mais nominal que prática.

De qualquer forma, trata-se de uma nova medida israelita em resposta à resolução 2334 do Conselho de Segurança, que define como ilegais os colonatos judeus nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental e Cisjordânia e que na sexta-feira foi aprovada por 14 votos a favor e a abstenção dos Estados Unidos.

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O Governo israelita classificou de “vergonhosa” a resolução e concentrou toda a indignação contra a Administração do Presidente Barack Obama, a quem acusou de “abandonar Israel à sua sorte” num foro que tradicionalmente considera hostil aos interesses israelitas.

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, também ordenou suspender o financiamento israelita a quatro organismos da ONU e chamou para consultas os embaixadores israelitas no Senegal e Nova Zelândia, dois dos quatro países que apadrinharam o projeto de resolução.

Também no caso do Senegal, Israel suspendeu a cooperação tecnológica num projeto de regadio e cancelou uma visita do ministro dos Negócios Estrangeiros a Israel, prevista para meados de janeiro.

Em relação à Ucrânia, que votou contra por aquilo que o ministro do Meio Ambiente israelita disse serem “pressões de Washington”, Israel cancelou a visita que o primeiro-ministro ucraniano, Volodymyr Groysman, ia realizar nos próximos dias.