Um grupo de personalidades (artistas, atores, músicos, realizadores, técnicos ou professores) ligadas à cultura em Portugal entregou esta terça-feira uma carta aberta com o título “1% salva mil cornucópias” a diferentes órgãos de soberania. Nessa carta, defendem a respectiva percentagem do Orçamento do Estado para a Cultura. Pode ler-se no primeiro parágrafo: “Desta vez foi anunciado o fim do Teatro da Cornucópia. Naturalmente, não somos indiferentes a esta decisão e notícia, mas também não ficamos surpreendidos. (…) Quem seguiu o trajecto de desinvestimento público na criação artística sabia bem que os actos resultariam em empobrecedoras consequências, o encerramento da Cornucópia é uma das mais visíveis.” E a afirmação concreta está no mesmo texto: “Então, este apelo é simples: Não há tempo a perder. 1% do Orçamento do Estado salva mil cornucópias. Lutemos por isto. Exijamos este compromisso.”

Ao todo são 322 subscritores que procuram “condições decentes para todas as áreas artísticas”. O dia em que entregam esta carta é a véspera da entrega, à Direção Geral das Artes, dos Planos de Atividades para a extensão dos contratos de apoio às artes. O ator André Albuquerque, presidente do sindicato CENA – estrutura que reúne músicos e trabalhadores do espetáculo e audiovisuais – e um dos mobilizadores da declaração, garante que “o desinvestimento na cultura não é novidade, mas não desistir não é opção”.

Albuquerque confessa que não ficou surpreendido com o fecho da Cornucópia. “Esta iniciativa nasce do episódio do fecho da Cornucópia, principalmente, e como dizemos no comunicado, surge também no seguimento das várias opiniões, quer oficiais quer de trabalhadores das artes cénicas. Achámos que era preciso marcar esta posição, não é nova, mas torna-se cada vez mais evidente que todos querem liberdade na criação artística, esse consenso levou-nos a fazer isto”.

A conclusão do artista e dirigente sindical é esta: se até já a Cornucópia fecha “há algo que não está a ser bem feito”, afirma. E a posição de André Albuquerque, enquanto presidente do CENA, nem sempre é fácil de gerir.

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“O meu dia-a-dia é ouvir história de trabalhadores que ficaram sem trabalho, estruturas que tiveram que desaparecer, pessoas que emigram. É também para essas que fazemos esta iniciativa, as outras pessoas que participaram pertencem a organizações diferentes que tentam ter uma participação pública nesta área, é algo que nos preocupa”.

Albuquerque sublinha: “O Luís Miguel Cintra disse que eles não conseguem sobreviver com a imposição de um modelo de gestão. O que defendemos é que essa liberdade tem que existir também na estética, há coisas que podem ser feitas com menos dinheiro, não é tanto isso, é a organização e o modelo de gestão. Para se ter um projeto com longevidade é preciso ceder-se a um género de fazer as coisas… e isso não devia acontecer, há um afunilamento do estilo.”

Sobre as expectativas que esta carta aberta pode gerar: “Com esta lista de subscritores, que tem várias pessoas que têm lutado para melhorar a criação artística em Portugal, esperamos que isto possa ter repercussões, como o fim da Cornucópia também vai gerando. Não negamos fazer mais iniciativas depois desta carta”, conclui.

[Leia a carta na íntegra e a lista de subscritores:]

1% salva mil cornucópias

carta aberta

“Desta vez foi anunciado o fim do Teatro da Cornucópia. Naturalmente, não somos indiferentes a esta decisão e notícia, mas também não ficamos surpreendidos. É cada vez mais frequente vermos estruturas e projectos a encerrar ou a prosseguir à custa da descaracterização profunda do seu projecto artístico. Quem seguiu o trajecto de desinvestimento público na criação artística sabia bem que os actos resultariam em empobrecedoras consequências, o encerramento da Cornucópia é uma das mais visíveis.

Entre muitas declarações públicas, ouvimos o Presidente da República, debaixo dos focos da comunicação social, indagar o Ministro da Cultura sobre possíveis soluções para um caso concreto. Preferíamos que o Presidente da República se tivesse indagado publicamente sobre como foi possível, décadas a fio, sucessivos governos desrespeitarem a Constituição e terem activamente contribuído para o definhamento do tecido social da criação artística em Portugal. O esvaziamento contínuo da criação artística conduz a um consequente empobrecimento da sociedade e da sua capacidade de expressão. Contrariar este esvaziamento é garantir-lhe a liberdade a que tem direito.

É preciso manter abertas todas as portas de projectos e estruturas que trabalham por esse país fora e deixar abrir todas as outras que se fecharam ou estão por abrir. Em todo os lugares, em todas as áreas artísticas, os mais diferenciados projectos de criação independente caminham num fino e frágil arame que ao menor deslize se romperá com a garantia certa da irreversibilidade dessa ruptura. São muitos os programas que ficam por cumprir, os espectáculos que têm ficado por fazer, os filmes que não são produzidos, os projectos que não chegam a realizar-se. São muitos os trabalhadores e trabalhadoras que têm ficado sem trabalho, que têm emigrado, que têm desistido de fazer aquilo que sabem fazer. São milhões aqueles que ficam impossibilitados de ver, ouvir, experimentar e sentir de outro modo.

Quando um cada vez maior consenso insiste na necessidade de reforço substancial do financiamento da actividade artística, não o faz por mero capricho. Fá-lo porque sabe que essa é a única forma de garantir que a criação e fruição culturais, tal como o exige a letra da Constituição, são acessíveis a todas as pessoas neste país, independentemente da sua condição social, vivendo nos centros urbanos ou na mais recôndita aldeia, interessadas ou envolvidas nas mais diversas formas de expressão. E é por isso que as estruturas de criação são financiadas: para cumprirem a prestação de um serviço público de qualidade e para que a criação artística seja diversificada e não fique refém da sua mercantilização.

E por mais que haja quem diga que muito há a fazer para lá dos números – e há -, enquanto a questão primordial do financiamento não for resolvida, teremos sempre esse muro imenso a separar-nos da possibilidade de levar a cabo tranquilas e detalhadas análises de fundo que possam lançar as bases para decisões sustentadas e informadas sobre o serviço público de cultura que gostaríamos de ter.

O que nos une não são consensos sobre formas de gestão, muito menos sobre escolhas estéticas. Une-nos sim a complexa mas indispensável garantia da democraticidade e da diversidade cultural e artística. Une-nos a necessidade de manter abertas as portas das estruturas de criação existentes e de criar as condições para o aparecimento de outras portas. Porque são abomináveis os fins prematuros a que temos assistido e a que poderemos continuar a assistir, em que tanta e tanta gente não chega sequer a descobrir o tanto que tinha ainda por dizer.

O apelo que fazemos não é apenas dirigido aos diferentes órgãos de soberania e às entidades públicas que diariamente fazem o Estado funcionar. O apelo que fazemos é dirigido a todas as pessoas que ao lerem esta carta aberta se recusem a aceitar o fim prematuro de tantos projectos artísticos, para que exijam a possibilidade de ver nascer, crescer e consolidar todos os projectos que a arte deste país lhes puder oferecer. Que se recusem a aceitar que a precariedade, os baixos salários, o trabalho não-remunerado e a negação de tantos direitos laborais sejam a forma de sustentar a actividade artística. Que se recusem a aceitar que o país continue a querer desenvolver-se sem respeitar um dos vectores mais decisivos para a sua democratização, a Cultura.

Então, este apelo é simples:
Não há tempo a perder. 1% do Orçamento do Estado salva mil cornucópias. Lutemos por isto. Exijamos este compromisso.”

subscrevem

Alexandra Diogo – actriz
Alexandra Lázaro – psicóloga clínica
Alexandra Lourenço – arquivista
Alexandre Alves – assistente de realização
Alex Cortez – músico
Alfredo Brito – actor e locutor
Alípio Padilha – fotógrafo de cena
Amarílis Felizes – economista
Ana Alves Miguel – funcionária da administração local
Ana Araújo – professora
Ana Brandão – actriz
Ana Caetano – bailarina
Ana Cláudia Serrão – músico
Ana Figueira – directora artística
Ana Filipa Martins – bióloga
Ana Jacobetty – pianista
Ana Lázaro – actriz, dramaturga e encenadora
Ana Nicolau – realizadora
Ana Moura – fadista
Ana Mourato – encenadora e actriz
Ana Paula Santos – professora
Ana Pereira – produtora teatral
André Albuquerque – actor
André Levy – biólogo e actor
André Vazão – estudante
Andreia Bento – actriz
Andreia Salavessa – arquitecta
Ângela Cerveira – técnica de cinema
António Amaro das Neves – historiador
António Durães – actor
António Sousa Dias – compositor e professor
Armando Possante – cantor e professor
Áurea Duarte Ferreira – professora
Beatriz Maia – estudante de teatro
Beatriz Peixoto – estudante
Bruno Raposo Ferreira – psicólogo clínico e investigador
Bruno Schiappa – actor e encenador
Camila Reis – ilustradora
Carla Bolito – actriz
Carla Veloso – actriz
Carlos de Andrade – economista
Carlos Borges – actor
Carlos Costa – dramaturgo, encenador e actor
Carlos Seixas – produtor musical
Carlos Vidal – professor universitário e crítico de arte
Catarina Molder – cantora lírica, gestora cultural, apresentadora
Catarina Moura – cantora
Catarina Mourão – realizadora
Catarina Rôlo Salgueiro – actriz
Cátia Barros – cenógrafa e figurinista
Cátia Pinheiro – encenadora
Célia Machado – produtora executiva
Célia Williams – actriz
Cláudia Dias – coreógrafa
Cláudia Lucas Chéu – dramaturga e encenadora
Cláudia Marisa Oliveira – docente
Cláudia Silvano – produtora
Cristina Maria Figueiredo – professora
Cristina Planas Leitão – coreógrafa
Cristina Santos – professora de dança e gestora cultural
Cucha Carvalheiro – actriz
Custódia Gallego – actriz
Daniel Lima – músico
Daniel Moreira – artista plástico
Daniel Sousa – músico e professor
Deolindo Leal Pessoa – médico
Diana Costa e Silva – actriz
Dörte Schneider – assistente de realização
Edna Geovetty – estudante
Eduardo Carvalho Pacheco – produtor
Eduardo Ribeiro – actor
Eliana Veríssimo – professora e pianista
Elsa Figueiredo – bibliotecária reformada
Elsa Valentim – actriz
Emanuel Arada – actor
Fátima Leal – assistente social
Fátima Rolo Duarte – designer
Fernanda Lapa – actriz e encenadora
Fernando Jorge – actor
Filipa Malva – cénografa e figurinista
Filipa Prates Coelho – produtora
Filipa Vala – bolseira de pós-doutoramento em divulgação e comunicação de ciência
Filipe Melo – músico
Francisco Rebelo – músico
Gil Cabugueira – direcção de produção
Graeme Pulleyn – encenador
Hugo C. Franco – técnico de luz e criador multimédia
Hugo Lemonnier – estudante
Idália Tiago – socióloga
Igor Gandra – director artístico e encenador
Inês Barbedo Maia – produtora de teatro
Inês Lago – actriz e encenadora
Inês Meira – estudante
Inês Gomes – estudante
Inês Gregório – produtora
Íris Reis – assistente de realização
Issac Achega – músico
Isabel Anastácio – reformada
Isabel Casimiro – professora reformada
Isabel Craveiro – actriz e encenadora
Isabel Medina – actriz e encenadora
Isabel Lebre – assistente de realização
Isabel Pereira – secretária
Isilda Sanches – locutora de rádio
Ivo Costa – músico
JP Simões – músico
Joana Almeida – actriz
Joana Brandão – actriz e encenadora
Joana Dourado – bolseira e cantora
Joana Gomes – cenógrafa
Joana Gusmão – produtora
Joana Lourenço Cardoso – directora de arte
Joana Manuel – actriz
Joana von Mayer Trindade – coreógrafa, bailarina e professora
Joana Providência – coréografa
João Barreiros – técnico de luz
João Cabrita – músico
João Castro – actor
João Gesta – programador cultural
João Hasselberg – músico
João de Mello Alvim – encenador
João Monge – autor
João Nuno Martins – produtor
João Paulo Janicas – professor
João Pedro Rodrigues – realizador
João Sotero – escultor
João Sousa – músico
John Havelda – professor universitário
Jonathan de Azevedo – designer de luz
Jorge Cadima – professor universitário
Jorge Ferreira da Costa – assistente de realização
Jorge Louraço Figueira – dramaturgo
Jorge Palinhos – docente
Jorge Silva – actor
José Arruda – antropólogo
José Carlos Faria – cenógrafo
José Carlos Nelas – enfermeiro
José Castela – professor
José Gusmão – economista
José Laginha – bailarino e director artístico
José Leite – actor
José Luís Ferreira – produtor e programador
José Luís Lopes – assistente de realização
José Nunes – encenador
José Peixoto – actor e encenador
José Russo – actor e encenador
Kimi Djabate – músico
Lara Li – cantora
Lígia Roque – actriz e encenadora
Lígia Soares – coreógrafa e actriz
Loubet Simões – técnico de conservação e restauro
Luciana Fina – realizadora
Luísa Ortigoso – actriz
Luís Castro – encenador e investigador
Luís Gaspar – actor
Luís Lopes – músico
Luís Pacheco Cunha – músico
Luís Pedro Madeira – músico
Luís Possolo – poeta
Mafalda Simões – directora de produção e comunicação
Manuel Loff – historiador
Manuel Mendonça – actor
Manuel Rocha – músico e professor
Manuela Pires – jurista
Márcia Lima – actriz
Margarida Madeira – animadora e ilustradora
Margarida Pinheiro – professora e cantora
Margarida Rita – produtora teatral
Margarida Sousa – actriz
Marlene Duarte – podologista
Maria Alice Samara – historiadora
Maria Anadon – cantora
Maria Gusmão – técnia superior da admin. pública
Maria Helena Alves – empregada sindical reformada
Maria João Fura – músico e cantora
Maria João Garcia – produtora
Maria João Luís – actriz e encenadora
Maria João Simões – directora técnica e de cena
Maria de Lurdes Nobre – produtora cultural
Maria Manuel Ferreira de Almeida – técnica superior FLUC
Maria do Mar – músico
Maria Sequeira Mendes – professora de teoria do teatro
Mariana Magalhães – actriz
Mário Afonso – bailarino e coreógrafo
Marlene Cavaco – conservadora restauradora
Marta Bernardes – artista plástica e de cena
Marta Carreiras – cenógrafa e figurinista
Marta Manuel – professora e músico
Marta Pinho Alves – professora do ensino superior politécnico
Marta Silva – bailarina
Matamba Joaquim – actor
Miguel Bonneville – artista
Miguel Gonçalves Mender – realizador
Miguel Moreira – artista
Miguel Oliveira (MOLÉCULA) – rapper
Miguel Pires Ramos – director de programas tv
Mónica Calle – actriz e encenadora
Mónica Garnel – actriz
Mónica Talina – actriz e produtora cultural
Nádia Monteiro – assessora de imprensa
Nélson Duarte (Sr. Alfaiate/DJ Nelassassin) – dj hip hop
Nuno Almeida – assistente administrativo da CML
Nuno Góis – actor
Nuno Grácio – músico
Nuno Machado – actor
Nuno Pinto Custódio – encenador
Nuno Vieira de Almeida – músico
Octávio Gameiro – professor, autor e tradutor
Ofélia Libório – educadora de infância
Olga Roriz – coreógrafa
Orlando Santos – músico
Patrícia Calais Garcia – técnica superior da Seg.Social
Patrícia Santos Pedrosa – arquitecta e investigadora
Paolo Marinou-Blanco – realizador e argumentista
Paula Almeida Silva – assistente de produção
Paulo Capelo Cardoso – artista plástico e cenógrafo
Paulo Montez – produtor
Paulo Moura Lopes – actor
Paulo Raposo – antropólogo e docente universitário
Pedro Barbosa – produtor
Pedro Estorninho – encenador
Pedro Gil – actor
Pedro Jordão – arquitecto
Pedro Lamas – actor e professor de teatro
Pedro Madaleno – músico
Pedro Madeira – assistente de realização
Pedro Penilo – artista plástico
Pedro Pernas – actor
Pedro Pestana – músico
Pedro Pousada – artistas plástico e professor universitário
Pedro Rodrigues – produtor teatral
Pedro Sabino – argumentista
Pedro Sousa Loureiro – actor, encenador e artista plástico
Pedro Vieira – guionista
Rafaela Lacerda – bióloga e encenadora
Raquel Bulha – locutora de rádio e tv
Raquel Castro – actriz
Raquel Castro – investigadora
Renata Sancho – realizadora
Renato Azul – músico e videógrafo
Ricardo Alves – encenador
Ricardo Correia – encenador
Ricardo Neves-Neves – encenador e actor
Ricardo Pinto – músico
Ricardo Vaz Trindade – actor
Rita Cruz – actriz
Rita Maia – dj
Rita Namorado – pianista e professora
Rita Natálio – performer, escritora e investigadora
Rita Santos – produtora
Rita Saraiva Grade – bailarina
Rita Simões – professora
Rodrigo Malvar – actor e artista sonoro
Rogério Nuno Costa – artista
Romeu Costa – actor e encenador
Romeu Runa – bailarino
Rui Alves – músico
Rui Ferreira – criativo
Rui Francisco – arquitecto e cenógrafo
Rui Galveias – músico e artista plástico
Rui Guerra – músico
Rui Júnior – músico
Rui Monteiro – desenhador de luz
Rui Pité (RIOT) – músico
Rui Valente – director técnico
Sandra Cristina Rodrigues – bancária
Sara Barbosa – encenadora e actriz
Sara Carinhas – actriz e encenadora
Sara Gonçalves – actriz e encenadora
Sara Trindade – assistente social
Sara Vaz – bailarina e actriz
Saúl Falcão – professor e músico
Sebastião Faro – publicitário
Sérgio Alves – designer
Sérgio Dias Branco – professor universitário
Sérgio Godinho – músico e escritor
Sérgio Machado Letria – gestor cultural
Sílvia Filipe – actriz
Sónia Arantes – produtora
Sofia Oliveira – directora de produção
Sofia de Portugal – actriz
Sofia Reis – produtora executiva
Susana Bilou Russo – antropóloga
Susana Fonseca – decoração
Susana Moody – músico
Susana de Sousa Dias – realizadora
Tadeu Faustino – actor
Tânia Alves – actriz
Tânia Guerreiro – actriz
Tânia Guerreiro – gestora cultural
Teresa Almeida – administrativa
Teresa Carvalho – artista plástica
Teresa Coutinho – actriz
Teresa Faria – actriz e encenadora
Teresa Lopes – professora
Teresa Miguel – directora de produção
Teresa Sobral – actriz
Thomas Walgrave – director artístico
Tiago Baptista – conservador de cinema
Tiago de Lemos Peixoto – dramaturgo
Tiago Mota Saraiva – arquitecto
Tiago Santos – músico
Tiago Silva – montador de som
Tomás Pimentel – músico
Tó Trips – músico
Vanda Cerejo – actriz
Vânia Couto – cantora, coordenadora de projectos e professora
Vânia Rovisco – coreógrafa e performer
Vasco Araújo – artista plástico
Vasco Nogueira – médico
Vasco Paiva – engenheiro florestal
Vasco Peres – maquinista de cena
Vasco Pimentel – director de som
Vera Marques – produtora
Vera Moura – estudante
Vera Silva – perchista
Vicente Alves do Ó – realizador
Vítor d’Andrade – actor
Vítor da Glória Silva – bancário reformado
Victor Pinto Ângelo – assistente de produção
Zézé Gamboa – realizador
Zillah Branco – socióloga