A nona conferência dos católicos da China, um encontro que se realiza a cada seis anos, arrancou esta terça-feira em Pequim, informou a Administração Estatal de Assuntos Religiosos, num período de reaproximação entre a China e o Vaticano. A reunião, que decorre durante três dias, conta com a participação de membros da Associação Patriótica Chinesa, a igreja católica aprovada pelo Estado, e da igreja “clandestina”, que jura lealdade ao Vaticano.
O último encontro foi condenado pelo Vaticano, que argumentou que membros da igreja leal a Roma terão sido forçados a participar.
Esta edição ocorre, contudo, num período de reaproximação entre a China e a Santa Sé, que cortaram relações diplomáticas em 1951. Na segunda-feira, a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, frisou a “vontade sincera” de Pequim em reforçar os laços com o Vaticano. “Queremos seguir a mesma via do Vaticano e promover as relações e um diálogo bilateral construtivo”, disse. Pequim e a Santa Sé divergem sobretudo na nomeação dos bispos, com cada lado a reclamar para si esse direito.
Um total de 365 delegados católicos, procedentes de diferentes regiões do país, assim como representantes do Governo chinês, e de outras religiões, participam da Conferência Nacional de Representantes Católicos. Fang Xingyao, presidente da Associação Patriótica Chinesa, disse no discurso de abertura que o encontro servirá para rever o trabalho desenvolvido pelos católicos chineses desde a última conferência e estabelecer objetivos para os próximos anos.