Vladimir Putin anunciou, esta quinta-feira, que foi assinado um acordo de cessar-fogo entre o regime sírio e as forças rebeldes. O Ministério da Defesa da Rússia avançou que o acordo entrará em vigor já esta sexta-feira, 30 de dezembro, às meia-noite (22h de quinta-feira, em Lisboa). A informação foi confirmada pelo ministro turco dos Negócios Estrangeiros.

“Há algumas horas, aconteceu o que há muito esperávamos e no qual temos vindo a trabalhar”, afirmou Putin, citado pela agência de notícias russa Sputnik. “Foram assinados três documentos: o primeiro é um acordo entre o governo sírio e a oposição armada relativo ao cessar-fogo, o segundo é uma série de medidas para monitorizar o acordo e o terceiro é uma declaração [onde as duas partes se prontificam] a iniciar as negociações de paz.”

A Rússia e a Turquia, que têm posições distintas face ao conflito, irão desempenhar o papel de mediadores. Representantes do governo de Bashar al-Assad e da oposição síria irão encontrar-se no Cazaquistão numa data ainda por divulgar.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Presidente russo deixou claro que o acordo é frágil e que necessita de especial atenção por parte de todos os envolvidos. Putin informou ainda que concordou com uma proposta do ministro da Defesa de reduzir a presença militar russa na Síria, salientado, porém, que Moscovo “continuará a lutar contra o terrorismo internacional e a apoiar o governo sírio”.

De acordo com a BBC, as tréguas excluem os dois principais grupos jihadistas na Síria — o Jabhat Fateh al-Sham (a antiga frente Frente al-Nusra) e o auto-denominado Estado Islâmico –, mas deverão incluir a zona de Ghouta, perto de Damasco, controlada pelos rebeldes.

Na quarta-feira, a agência turca Analu anunciou que a Turquia e a Rússia tinha chegado a um acordo. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, que, em entrevista ao canal de televisão A Haber, disse que o cessar-fogo podia ser implementado “a qualquer momento”.