O número de nascimentos em Portugal, entre 1 de janeiro e 28 de dezembro, aumentou face ao ano de 2015, de acordo com os dados do Instituto dos Registos e do Notariado. Em média, nascem mais oito bebés por dia. A natalidade vê melhorias pelo terceiro ano consecutivo – nasceram 82.381 bebés em 2016, mais 1.147 do que no ano passado. Lisboa é o concelho que mais partos realiza.

Até ao dia 1 de dezembro foram realizados 80.399 testes do pezinho, mais 3,5% do que nos primeiros meses do ano passado. De 2014 para 2015 o aumento tinha sido de 2,4%.

Os chamados testes do pezinho – do Programa nacional de Diagnóstico Precoce – são um dos índices mais usados para medir a evolução da natalidade, ainda que só com o cruzamento dos dados do registo civil se possa chegar a alguma conclusão. Ainda assim, mais testes significam mais bebés.

Em entrevista ao Diário de Notícias, Maria Filomena Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Demografia, diz que em 2014 se verificou uma inversão do decréscimo da natalidade em Portugal. Em 2013, o índice sintético de fecundidade (mulheres que, em idade fértil, têm filhos) era o mais baixo da Europa: 1,21 crianças por mulher. Depois deste declínio, os últimos três anos têm sido de recuperação desta taxa, ainda que não se tenha chegado ao necessário de 2,01 crianças, para que se assista a uma renovação de gerações.

Em 2015, o índice sintético de fecundidade estava em 1,30 crianças por mulher em idade fértil, uma proporção que ainda que tenha aumentado, continua a ser baixa. A média, por mulher, deveria ser de 2,01 crianças. Desde 1983, quando a média de crianças por mulher era de 1,96%, que o indicador começou a divergir.

O primeiro filho nasce, muitas vezes, depois dos 30 anos e o nascimento do segundo filho fica adiado, ainda que seja um desejo tê-lo, explicou Maria Filomena Mendes. Por vezes a decisão é tão adiada, que chega a não acontecer. Aliás, ao contrário de outros países, Portugal tem sido um “país de filhos únicos“.

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