As doze passas e o fogo-de-artifício à meia-noite são dados adquiridos em cada passagem de ano, sem grande alteração desde a nossa infância até à que esta noite viveremos. Mas nem todos os réveillons são iguais. Sejam passados na rua, em casa a ver televisão, ou em festas de hotéis e discotecas, há uns que são “só mais um” e outros de que sempre nos vamos lembrar, pelos melhores ou piores motivos.

Recuando até ao início da década de 90, juntámos cinco passagens de ano que ficaram certamente na sua memória. Ainda se lembra de cada uma delas?

1990/1991 – Crime na Pensão Estrelinha

Quando ainda só havia dois canais da RTP nas nossas televisões, não tínhamos grande alternativa ao programa que Herman José preparou para a despedida de 1990 na RTP1. E ainda bem, porque as duas horas e meia de Crime na Pensão Estrelinha merecem ser vistas e revistas. Enquando o detetive Hércules Pirô tenta descobrir quem envenenou Neves, o dono da Pensão Estrelinha que é odiado por todos os seus habitantes, a televisão da pensão vai passando o programa de variedades “Adeus 90, Olá 91”, entrecortado por sketches que revisitam os principais acontecimentos de 1990. O próprio Herman considerou que “foi a primeira vez que um programa de réveillon fez história”.

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https://www.youtube.com/watch?v=tRJNzw1w5YA

No ano seguinte, Herman foi chamado para a mesma empreitada e ofereceu-nos o Hermanias Especial Fim de Ano, de onde saiu, por exemplo, a famosa expressão “eu é mais bolos”.

1999/2000 – O bug do ano 2000

Além do mito sobre o fim do mundo, a chegada ao ano 2000 trouxe consigo o medo de um apocalipse informático. Como muitos programas só assumiam os últimos dois dígitos do ano, havia o receio de que os computadores saltassem de 1999 para… 1900. Investiram-se milhões em novos softwares e constituíram-se gabinetes de crise, e a verdade é que o mundo sobreviveu ao bug sem problemas. Foi bem mais difícil definir se entrávamos no novo milénio em 2000 ou apenas em 2001.

1999/2000 – O fogo-de-artifício que não saiu no Porto

O bug que não aconteceu nos computadores, aconteceu na Cidade Invicta, onde o fogo-de-artifício previsto para a Avenida dos Aliados teimou em não sair. O então presidente da Câmara, Nuno Cardoso, terá ficado com as orelhas a arder por causa do problema técnico que impediu o espetáculo pirotécnico, que viria a acontecer uns dias mais tarde. Nas eleições autárquicas do ano seguinte, Nuno Cardoso foi vencido por Rui Rio.

2000/2001 – O final do primeiro Big Brother

Se muitas pessoas ficam até à última sem decidir onde vão passar o ano, já Teresa Guilherme sabe bem que o seu destino é a Venda do Pinheiro. O primeiro Big Brother, que ficou marcado pelo pontapé de Marco a Sónia, terminou ao nascer de 2001, com a vitória de Zé Maria, o simpático alentejano de Barrancos. A TVI mantém até hoje a tradição de terminar um reality show na passagem do ano.

2001/2002 – A chegada do euro

Nas primeiras horas de 2002, o escudo foi substituído pelo euro. Muitos terão levantado dinheiro nas caixas Multibanco em plena noite de réveillon para poderem ver, pela primeira vez, as novas notas. A adaptação foi mais fácil do que se esperava, embora tenha havido a perceção de que muitos comerciantes aproveitaram a mudança da moeda para aumentar os preços.