Na primeira mensagem de Ano Novo como Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou o que defendeu para o país aquando da sua tomada de posse, há quase dez meses. “Defendi mais e melhor educação, maior coesão, ou seja, menores desigualdades, capacidade de nos unirmos no essencial em clima de estabilidade social e política”, começou por dizer. E continuou: “Mas defendi, também, finanças públicas rigorosas, um sistema bancário mais sólido e crescimento económico capaz de criar riqueza e permitir o combate ao risco de pobreza e uma justa repartição dos rendimentos.”

Para Marcelo, e num elogio à solução de Governo, o ano que terminou foi o da “estabilização política e da preocupação com o rigor financeiro”. Mas terá o Governo cumprido com tudo quanto o Presidente defendeu? “É indesmentível que tivemos estabilidade social e política”, garantiu. E prosseguiu, em tom elogioso: “Alcançámos um acordo sobre salário mínimo, os Orçamentos do Estado mereceram a aceitação da União Europeia, cumprimos as nossas obrigações internacionais, trabalhámos para reforçar o sistema bancário e compensámos alguns dos mais atingidos pela crise”.

Apesar dos “pequenos passos” que se deram para “corrigir injustiças” e criar “uma imagem mais confiável lá fora”, afastando “o espetro de crise política iminente que para muitos era inevitável”, nem tudo correu bem em 2016 e o ano que começa terá que ser “o ano da definição e execução de uma estratégia de crescimento económico sustentado”. E é aqui que Marcelo passa dos elogios aos recados. Muitos recados. “O crescimento da nossa economia foi tardio e insuficiente. Alguns domínios sociais sofreram com os cortes financeiros. A dívida pública permanece muito elevada. O sistema de justiça continua lento e, por isso, menos justo, a começar na garantia da transparência da política”, lembrou o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa recordou ainda na mensagem de Ano Novo dois momentos de 2016 que permitiram “aumentar o nosso amor-próprio” e “ganhar fôlego na formação para um novo tempo”: um deles, a vitória no Euro 2016, que considera um “feliz exemplo”; o outro, a eleição de António Guterres como Secretário-Geral das Nações Unidas, o que permitiu “a afirmação do nosso papel no mundo”.

Por fim, e antevendo o ano de 2017, Marcelo garante que o caminho a seguir é “simples” e passará por “não perder o que de bom houve em 2016 e corrigir o que falhou no passado”. Antes de mais, importará “não perder estabilidade política, paz e concertação”, respeitando o “rigor financeiro” e os “compromissos externos”. Havendo estabilidade, garante Marcelo, o desafio do país será “completar a consolidação do sistema bancário, fomentar exportações, incentivar investimento”, no fundo, “crescer muito mais”.

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