Renault e Nissan apostaram claramente nos eléctricos como solução do futuro. E não estão errados, mas o crescimento verificado na procura por este tipo de veículos ainda não disparou como se previa. Aliás, o aumento das vendas é muito mais evidente entre os híbridos e híbridos plug-in (PHEV, de Plug-In Hybrid Electric Vehicle), do que propriamente entre os 100% eléctricos.

Consciente desta realidade, a Nissan decidiu manter o interesse nos veículos eléctricos alimentados por bateria, tanto mais que é a maior produtora mundial do segmento, com o Leaf, mas decidiu igualmente a apostar nos PHEV, tudo indicando que a Renault siga a mesma estratégia. E esta opção é agora muito mais fácil do que anteriormente, pois se até aqui tinham de desenvolver todo o sistema de raiz, neste momento basta esticar a mão e herdar a tecnologia da Mitsubishi, que tem no SUV híbrido Outlander um dos mais sofisticados PHEV do mercado.

Como seria de esperar, a partilha entre as diferentes marcas da Aliança é total, e a Mitsubishi, se por um lado vai ajudar os seus novos proprietários, cedendo-lhes o knowhow híbrido, vai herdar dos franceses e em parte também dos japoneses, os motores e as plataformas de que tanto necessita para voltar a possuir uma gama de automóveis moderna, competitiva e adaptada ao mercado, o que hoje está longe de acontecer.

Para a Nissan, esta é a oportunidade de recuperar o arrojado mas muito interessante protótipo Gripz, que foi apresentado em Frankfurt já como um híbrido. A marca japonesa confessa que o futuro continuará a ser eléctrico, mas admite que “hoje” todos os fabricantes têm de propor soluções PHEV que façam a ponte entre com os condutores com medo (ou dificuldade, pelas suas necessidades específicas) em lidar com os problemas relacionados com a autonomia dos veículos alimentados por baterias.

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Murano na pole position

Enquanto é certo que a Europa vai ter modelos PHEV da Nissan e em diversas gamas, para não dizer todas, só ainda não se sabendo ainda quando, nos outros continentes a coisa já está em marcha e o primeiro modelo a abraçar a solução híbrida – ainda que sem a sofisticação que a Aliança vai herdar da Mitsubishi – foi o Murano.

Já comercializado na China, o Murano chegou aos EUA em Março, mas apenas com 600 unidades para um mercado com mais de 300 milhões de consumidores, o que é ridiculamente pouco. O motor de combustão é um 2,5 litros sobrealimentado, que está associado a um pequeno motor eléctrico de apenas 20 cv, que por sua vez vai buscar energia a baterias de iões de lítio. No final, o Murano híbrido usufrui de 250 cv, apenas menos 10 cv menos do que a versão equipada pelo mais dispendioso e guloso 3.5 V6, o que torna bem mais apetecível. Para os primeiros 600 felizardos, é claro.