Um grupo de biólogos estudou a forma de reprodução das pulgas de água e confirmou que os animais inventaram a reprodução sexual para combater parasitas e micróbios. O sexo protege os animais e os seres assexuados estão mais expostos às bactérias.

As dáfnias — as chamadas “pulgas de água” — são pequenos crustáceos capazes de se reproduzir através do sexo ou sem ele, por meio da clonagem assexual, dependendo da temperatura. Um grupo de biólogos britânicos capturaram centenas de dáfnias, algumas “clonadas”, e recolheu colónias do micróbio Pasteuria ramosa, que pode provocar esterilidade.

Depois de obterem cerca de 6.000 crias, os investigadores expuseram-as ao parasita e comprovaram que os ovos originados pelo sexo resistem melhor à bactéria (apenas 15% deles ficaram infetados), ao passo de que as crias assexuadas revelaram uma percentagem de infeção de 46%.

A transmissão por clonagem tem vantagem em ambientes que são constantes, a recombinação [de genes] encaixa melhor onde há variação e a maioria dos ambientes são variáveis” explica Stuart Auld, principal autor do estudo e biólogo da Universidade de Stirling (Reino Unido), citado pelo El País.

A clonagem apresenta as suas vantagens e desvantagens: permite uma reprodução duas vezes mais rápida e possibilita que a herança hereditária se mantenha intacta. Mas se ocorrer uma mutação genética, várias dáfnias ficam comprometidas. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the Royal Society.

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