Donald Trump respondeu às ameaças veladas de Kim Jong-un, que anunciou esta segunda-feira que o país estava em condições de testar pela primeira vez um míssil nuclear com capacidade de atingir parte do território norte-americano. Na rede social Twitter, o Presidente norte-americano eleito foi perentório: “Não vai acontecer”.

A resposta de Donald Trump surge depois de o próprio Pentágono ter emitido um comunicado no qual condenava a ação norte-coreana e onde deixava claro que Pyongyang não deveria entrar “em ações provocatórias”. Os responsáveis norte-americanos aproveitam ainda para sublinhar que “todos os Estados” devem mostrar que quaisquer ações ilegais terão “consequências”.

O comunicado do Pentágono, que a agência de informação AP diz ter sido escrito de forma muito cuidadosa, surgiu poucas horas depois de Kim Jong-un ter dito que o seu país estava perto de testar um míssil nuclear com capacidade para atingir território norte-americano.

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“Estamos na fase final de testes do míssil balístico intercontinental”, afirmou, numa mensagem de Ano Novo divulgada pela televisão e citada pela agência de notícias da Coreia do Sul, Yonhap. Kim Jong-un disse ainda que em 2016 a Coreia do Norte se transformou numa “potência nuclear”.

Em Abril, a Coreia do Norte garantiu ter testado com sucesso um motor de míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês), que lhe assegura capacidade para um ataque nuclear ao continente americano. Graças a este novo motor, a Coreia do Norte “pode equipar os seus mísseis balísticos intercontinentais de um novo tipo com ogivas nucleares mais poderosas e manter ao alcance de tiro todas as zonas cheias de malfeitores da Terra, incluindo a zona continental dos EUA”, afirmou então Kim Jong-un.

Pyongyang fez os quarto e quinto testes nucleares em 2016, depois dos de 2006, 2009 e 2013. Lançou ainda cerca de 20 mísseis no ano passado. A 24 de dezembro, as autoridades da Coreia do Sul afirmaram que a Coreia do Norte prepara um novo teste nuclear para os próximos meses, com base na atividade detetada nas instalações atómicas norte-coreanas e no testemunho de um desertor.

Ainda que grande parte dos analistas norte-americanos desvalorize as reais capacidades da Coreia do Norte de liderar um ataque nuclear contra os Estados Unidos, há quem tema que a eleição de Donald Trump provoque o escalar de um conflito de consequências inimagináveis, como escreve a CNN.

Na declaração que fez ao país, no domingo, Kim Jong-un assumiu que o seu objetivo enquanto líder norte-coreano era “lutar contra as ameaças nucleares das potências imperialistas”, o que pode colocar em risco os Estados Unidos e todos os seus aliados asiáticos.