O navio museu Gil Eannes, atracado há 19 anos na antiga doca comercial de Viana do Castelo, bateu o recorde de visitas em 2016, com 66.052 pessoas, “um aumento de 39% das visitas em relação ao ano de 2015.

Segundo a informou esta quinta-feira a Fundação Gil Eannes, que gere a embarcação, o antigo navio hospital registou também “um aumento de visitantes estrangeiros, considerando um aumento de 57% de franceses, 61% de brasileiros, 75% de espanhóis e 168% de visitantes americanos”.

Desde agosto de 1998, quando reabriu portas transformado em museu, “o Gil Eannes já recebeu ao todo 773.281 visitantes“. O navio foi construído em 1955 nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC). No próximo dia 31 de janeiro completam-se 19 anos desde que foi resgatado da sucata e transformado em museu.

A data vai ser assinalada com várias iniciativas, entre elas uma palestra sobre o navegador João Álvares Fagundes, a apresentação da linha editorial da Fundação Gil Eannes com lançamento do primeiro livro “João Álvares Fagundes – Um Homem dos Descobrimentos”, e a projeção do filme “Anjo Branco”, filmado a bordo do navio durante a representação da peça de teatro, com o mesmo nome, levada a cabo pelo Teatro do Noroeste-Centro Dramático de Viana.

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Desde o início de 2016, o percurso de visita do navio Gil Eannes passou a integrar o bloco operatório, a sala de esterilização, sala de desinfeção, laboratório de análise, Raio-X de emergência e, ainda, duas enfermarias.

Uma reabilitação que contou com o apoio de várias empresas, entre as quais a Douro Azul, os estaleiros da WestSea, subconcessionária dos ENVC, o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), a Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) e a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).

Construído para apoiar a frota bacalhoeira portuguesa na Terra Nova e Gronelândia e tido como um dos mais emblemáticos que saíram dos ENVC, o navio estava prestes a ser desmantelado quando a sociedade civil local se mobilizou para o resgatar.

O regresso à capital do Alto Minho aconteceu a 31 de janeiro de 1998. Ao longo de vários meses foi recuperado nos ENVC — onde tinha sido construído meio século antes –, e no verão desse ano abriu portas como navio-museu, gerido pela fundação, de iniciativa municipal.

As visitas ao navio consistem na passagem pela ponte de comando, cozinhas, padaria ou pela casa das máquinas, mas também pelo consultório médico, sala de tratamentos, gabinetes de radiologia e bloco operatório. A bordo existe ainda um simulador que permite navegar, virtualmente, a saída da barra de Viana do Castelo.

Em novembro de 2014 abriu portas o Centro de Mar que representou um investimento de 550 mil euros financiado pelo Programa Operacional Regional do Norte (ON2) 2007-2013, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

O projeto do Centro de Mar, que nasceu em 2008 no seio da extinta Valimar, associação de municípios do Vale do Lima e transitou para a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, começou por ser desenhado por Ernâni Lopes, enquanto fundador da Saer – Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco.

O novo espaço está dotado, entre outras valências, de equipamentos multimédia, áreas de apoio ao empreendedorismo e economia náutica e permite experiências audiovisuais interativas. O navio foi ainda dotado de um percurso museológico e interpretativo sobre a cultura marítima de Viana do Castelo e de um Centro de Documentação Marítima.