O presidente da Assembleia da República antecipa que o Parlamento vai enfrentar “certamente muitos problemas” em 2017, definindo como um deles a subida dos juros a dez anos acima de 4%. Ferro Rodrigues lembra que as dificuldades começaram “já com esta situação em que a vulnerabilidade de Portugal, do seu sistema financeiro, da economia e da situação do país está bem à vista na subida das taxas de juro — para as quais nada contribuímos –, nos últimos dias.” Durante um almoço de Reis em Belém, Ferro isentou o governo de responsabilidades na subida das taxas de juros, mas disse esperar que “pela parte do Banco Central Europeu e das autoridades portuguesas a capacidade de travar esta situação.

Naquilo que são os problemas do ano que agora começa, o presidente do Parlamento destaca ainda que “as eleições nos Estados Unidos América deixam em aberto algumas perspetivas, nem todas risonhas e otimistas, sobre as relações transatlânticas” e as “eleições muito importantes na Europa” das quais também não se consegue antever “nada de francamente positivo para Portugal.”

O presidente da Assembleia da República elogiou ainda a relação entre o Parlamento e a Presidência da República. “A cooperação institucional há seis meses foi exemplar, não só a nível institucional, como pessoal”, disse Ferro Rodrigues, lembrando que o “o número de visitas que [o Presidente] fez à AR” e que ele próprio fez a Belém “bateu todos os recordes”.

Ferro Rodrigues prometeu ainda que os deputados estão em “condições para continuar a fazer o que foi bem feito e para tentar ir mais longe, naquilo que são as perspetivas de consensos interpartidários e de consensos nacionais”. Apesar de um ano de “debates muito vivos” e da “animação” que houve no hemiciclo, Ferro lembra que “houve em momentos importantes para o país houve uma coesão muito grande, relativamente a Guterres, ao combate às sanções, de combate ao terrorismo, de simpatia com os refugiados, de luta contra as alterações climáticas, e mais recentemente quanto a Almaraz.”

Estes exemplos, acredita Ferro, provam que “há um campo, quando se trata de grandes questões nacionais, para a unidade e coesão que deputados de forças políticas diferentes encontram para servir o país.” Marcelo Rebelo de Sousa retribuiu com comentários igualmente elogiosos sobre a riqueza que é a diversidade parlamentar, lembrando que “não há democracia, sem uma Assembleia da República forte.

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