As análises aos resíduos que deram à costa da Ria Formosa na quarta-feira revelaram tratar-se de óleo de palma, disse esta sexta-feira à Lusa o capitão do Porto de Faro, Cortes Lopes.

Segundo aquele responsável, a capitania do Porto de Olhão já encetou uma investigação para encontrar os responsáveis pelo despejo destes resíduos no mar.

Entre as hipóteses de investigação está a possibilidade de despejo por um navio que tenha passado ao largo da costa algarvia antes de 4 de janeiro, dia em que foi detetada uma mancha de espuma branca e amarelada entre as ilhas da Armona, Culatra, Farol e Deserta.

O capitão do Porto de Faro adiantou que, após determinação dos responsáveis, ainda é preciso averiguar se se tratou de despejo propositado ou acidental, embora de qualquer das formas exista moldura legal e terão de ser assumidas responsabilidades.

As autoridades marítimas estão a preparar a participação de pelo menos 300 voluntários nas operações para remover a mancha de espuma que atingiu as ilhas-barreira da ria Formosa, disse esta sexta-feira o capitão do porto de Olhão.

Nunes Ferreira disse à agência Lusa que esta sexta-feira integraram os trabalhos 40 elementos da Autoridade Marítima Nacional e da Marinha, mas reconheceu que está a ser “um bocadinho complicado fazer a remoção” do material porque “se desfaz” e “tem que ser recolhido com algum cuidado”.

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Estamos a trabalhar com as restantes entidades, como as Câmaras Municipais [de Faro e Olhão], o Parque natural [da ria Formosa] ou as associações de moradores [dos núcleos habitacionais das ilhas-barreira] para colocarmos no terreno 150 voluntários, no sábado, e outros 150 no domingo”, disse Nunes Ferreira.

O responsável explicou que as autoridades estão a tratar logisticamente do trabalho com o apoio das restantes entidades envolvidas, mas aponta dificuldades.

Se estivéssemos perante uma situação deste tipo no continente, as coisas seriam mais fáceis, mas como estamos a trabalhar nas ilhas, a logística é mais complicada porque é necessário transportar materiais ou pessoal para as zonas afetadas e depois o material recolhido”, exemplificou Nunes Ferreira.

Questionado sobre se os trabalhos em curso teriam que ser reformulados por causa dos problemas verificados para recolher a espuma e pela necessidade de contar com o apoio de voluntários, o capitão do porto de Olhão respondeu: “Reformulados não. Adaptados.”

O capitão do porto de Olhão enalteceu ainda a “excelente colaboração e articulação” que está a ser realizada entre as diversas entidades envolvidas no plano para remover a mancha de espuma nas ilhas da ria Formosa.

As autoridades marítimas iniciaram hoje a ação de limpeza dos resíduos de espuma branca, de origem desconhecida, dos areais da ria Formosa, com o grau dois do plano Mar Limpo ativado, ou seja, com a limpeza a envolver elementos de todo o departamento do sul da Autoridade Marítima Nacional, disse à Lusa o capitão do Porto de Faro, Cortes Lopes.

Os resultados das amostras enviadas para análise ainda não são conhecidos e a dimensão da mancha atingiu cerca de 14 quilómetros, entre as ilhas da Armona, Culatra, Farol e ilha Deserta, localizadas nos concelhos de Faro e Olhão.

Notícia atualizada às 22h10 com o resultado das análises aos resíduos.