A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, recordou “com gratidão o homem que mandou a idade e o conforto às malvas para se levantar na Aula Magna, com toda a esquerda, na defesa do país contra a ‘troika’”.

“Homenagear Mário Soares como escolheu ser retratado, por Júlio Pomar. O homem com tantas vidas como a nossa democracia. Contraditório, certamente. E sem esquecer nada, digo-vos que hoje escolho recordar com gratidão o homem que mandou a idade e o conforto às malvas para se levantar na Aula Magna, com toda a esquerda, na defesa do país contra a ‘troika’”, lê-se numa mensagem publicada numa rede social.

Catarina Martins referia-se ao evento “Em Defesa da Constituição, da Democracia e do Estado Social”, em novembro de 2013, na Reitoria da Universidade de Lisboa, que juntou cerca de 2.500 personalidades “das esquerdas”, mas também do centro direita ou independentes.

Entretanto, o Bloco de Esquerda divulgou um comunicado onde lembra o legado “um dos maiores protagonistas da política portuguesa”.

“Mário Soares foi um dos maiores protagonistas da política portuguesa e marcou o século XX. Foi combatente anticolonial e antifascista, preso político e exilado. Foi constituinte e fundador do regime constitucional de 76, ministro de governos provisórios, Primeiro-Ministro e Presidente da República. Socialista, republicano e laico, como ele próprio se definiu, foi o mais comprometido obreiro da integração de Portugal na União Europeia”, pode ler-se na nota publicada no Esquerda.net, órgão de comunicação oficial do Bloco.

Os bloquistas continuam. “Ao longo da sua vida, Mário Soares foi contraditório e frontal nas lutas que escolheu. Marcou todos os momentos determinantes da vida do país, por vezes em conflito e outras vezes em aliança com forças de esquerda. No tempo mais recente, levantou-se contra a invasão do Iraque e as guerras no Médio Oriente, assim como na defesa da Constituição da República Portuguesa contra as novas regras sociais impostas pela troika. Opôs-se às políticas de austeridade do governo PSD-CDS e saudou a mudança imposta pelas eleições de 2015”.

A terminar, o partido coordenado por Catarina Martins “saúda” a memória de Mário Soares, e dirige “os pêsames a toda a família de Mário Soares e aos militantes do Partido Socialista”.

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