Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, antigo Presidente do Irão e uma das grandes figuras políticas do país, morreu este domingo aos 82 anos. De acordo com os meios de comunicação iranianos, citados pela BBC, Rafsanjani terá tido um ataque cardíaco.

A morte de ex-Presidente representa um golpe profundo para o movimento reformista do Irão, para quem o muçulmano shiita era um líder e uma figura central, como lembra o New York Times. Visto como um conservador pragmático, aproximou-se mais do campo reformista depois de derrotado por Mahmoud Ahmadinejad nas eleições presidenciais de 2005, as últimas a que concorreu.

Akbar Hashemi Rafsanjani nasceu a 25 de agosto de 1934, no seio de uma família de agricultores do sudoeste do Irão. Estudou Teologia na cidade sagrada de Qom com o Ayatollah Ruhollah Khomeini, líder da revolução islâmica de 1979, e foi preso várias vezes.

Durante a guerra com o Iraque, entre 1980 e 1988, foi apontado comandante das forças armadas do Irão por Khomeini e é hoje visto como um dos responsáveis pela aceitação da resolução do Conselho de Segurança da ONU de acabar com a guerra.

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Serviu como Presidente entre 1989 e 1997 e voltou a candidatar-se em 2005, tendo perdido para Mahmoud Ahmadinejad. A partir daí, Rafsanjani tornou-se num forte crítico de Ahmadinejad.

Figura influente na política iraniana desde os anos 80, foi um dos homens responsáveis ascensão do presidente Hassan Rouhani, em funções desde 2013. A sua morte dificulta a reeleição de Rouhani, que está a preparar para se recandidatar em maio.

Foi eleito para o Conselho de Discernimento, a mais alta alta instância política do Irão, responsável por mediar e resolver conflitos entre o Parlamento e o Conselho dos Guardiões, em 2006. Em 2007, foi eleito presidente do mesmo organismo e, em março desde ano, foi nomeado para um dos lugares do órgão que decidirá, quando chegar a altura, o sucessor do Ayatollah Ali Khamenei, líder supremo do Irão.