Em 2022, mantenha os olhos no céu. Vai haver uma explosão tão grande no espaço que vai ser visível a partir da Terra sem necessidade de utilizar telescópios, prevê o astrónomo norte-americano Larry Molnar. Essa explosão será o resultado da fusão de duas estrelas que, neste momento, orbitam uma em redor da outra formando assim um sistema binário. A estrela resultante dessa fusão, visível na constelação de Cisne, será o corpo celeste mais brilhante do céu noturno durante algum tempo, acredita Larry Molnar. E acrescentará mais um ponto brilhante na constelação de Cruz do Norte.

Esta previsão é muito rara: os astrónomos só conseguem prever uma em cada milhão de explosões espaciais visíveis a partir da Terra. Larry Molnar só conseguiu fazê-lo porque começou a estudar uma das estrelas, KIC 9832227, depois de ter assistido a uma conferência sobre as mudanças no brilho desse corpo celeste. Nessa conferência, a astrónoma Karen Kinemuchi (Observatório de Apache Point), questionava-se sobre se essas variações eram causadas pelo facto de a estrela ser pulsante ou se estaria perante um sistema binário.

Larry Molnar encontrou a resposta ao estudar como é que a energia emitida pela estrela se podia relacionar com o seu brilho. Os dados recolhidos provaram que o comportamento de KIC 9832227 indicava que tinha uma “irmã” com quem partilhava uma atmosfera – era um sistema binário de contacto, em que o período de translação de uma estrela em redor da outra estava a diminuir ao longo do tempo, conforme provaram os dados recolhidos pelo satélite Kepler. A última vez que o comportamento destes tinha sido observado foi em 2008, quando duas estrelas se fundiram numa explosão que resultou na formação de uma estrela vermelha.

Depois de longos meses de estudo, as observações de Larry Molnar foram consideradas válidas pela Sociedade Americana de Astronomia. Se as previsões se confirmarem, 2022 tornar-se-á no ano em que os astrónomos vão observar pela primeira vez e ao vivo uma explosão resultante da união de duas estrelas que compõem um sistema binário. Será um momento histórico para os observadores do céu noturno.

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