A empresa brasileira Odebrecht vai pagar ao Governo do Panamá os mais de 59 milhões de dólares que alegadamente distribuiu em subornos para garantir contratos públicos, disse na quinta-feira a procuradora-geral panamiano. “Recebi um compromisso formal, entregue verbalmente, para em breve entregarem os primeiros 59 milhões de dólares pagos em subornos a indivíduos panamianos e entidades”, disse Kenia Porcell aos jornalistas.

A Odebrecht “mostrou desejo de cooperar efetivamente” com a investigação do Panamá ao pagamento de subornos, documentados pelo Departamento de Justiça norte-americano no mês passado. De acordo com esta entidade, a empresa brasileira pagou mais de 59 milhões em subornos ao Panamá entre 2010 e 2014 para obter contratos no valor de 175 milhões de dólares.

O atual Governo do Panamá acusa a antiga administração do Presidente Ricardo Martinelli de envolvimento nos alegados subornos da Odebrecht. Dois filhos de Martinelli negaram as notícias de jornais brasileiros que os acusavam de terem recebido seis milhões de dólares da Odebrecht, que tinham como destino o seu pai. O Ministério Público ordenou uma investigação a Martinelli e a um dirigente, Carlos Ho Gonzalez, nomeado pelo anterior Presidente, Martin Torrijos. Martinelli, que nega as acusações, vive em exílio voluntário em Miami. O Governo do Panamá pediu a sua extradição por suspeitas de espionagem e corrupção.

O Panamá excluiu a Odebrecht de participar em futuros concursos públicos e quer remover a empresa dos projetos em que já está envolvida, incluindo uma nova linha metro para a Cidade do Panamá, uma quarta ponte sobre o Canal do Panamá e uma barragem hidroelétrica cujo plano será desmantelado.

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