Um total de 671 mil cubanos viajaram para o estrangeiro, 78% dos quais pela primeira vez, desde a reforma da imigração aprovada pelo Governo de Raul Castro em 2013. A reforma empreendida pelo executivo eliminou as autorizações de saída e flexibilizou as entradas de migrantes.

A imprensa oficial cubana publicou hoje, quando passam quatro anos sobre o anúncio da reforma, e em consonância com a eliminação da política de imigração preferencial que os Estados Unidos aplicava aos cubanos, conhecida como “pé seco/pé molhado”, extensas reportagens em que dão dados sobre a migração e esclarecem dúvidas sobre as novas regras norte-americana.

Dos cubanos que viajaram para o exterior a partir de janeiro de 2013 até dezembro de 2015, 9,6% tornaram-se emigrantes segundo a lei cubana, que estabelece a perda de residência na ilha, quando um cidadão nacional está mais de 24 meses no estrangeiro.

Destes 9,6%, muitos permaneceram nos Estados Unidos, um país, onde, segundo os dados revelados hoje, residem cerca de dois milhões de cubanos, 57% destes nascidos na ilha.

Dos 671.000 cubanos que deixaram a ilha natal, desde que entrou em vigor a reforma da imigração, 45% já regressaram e a maioria dos que ainda se encontram fora, estão “ao abrigo da lei dos 24 meses”, refere o jornal oficial Granma.

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Outro dado refere-se aos 6.000 cubanos que retornaram a Cuba, entregues pelas autoridades, por migração irregular, embora não se saiba exatamente quantos deles foram deportados pelas autoridades dos Estados Unidos e pelas autoridades dos países da América Central.

Milhares de cubanos que atravessam a América Central, na esperança de entrar nos Estados Unidos através da fronteira mexicana ficaram presos especialmente no Panamá, Costa Rica e Nicarágua, após o encerramento da fronteira em novembro de 2015.

Exatamente quatro anos depois de entrar em vigor, a nova política de imigração cubana “goza de aceitação” e “a aplicação funciona com normalidade”, segundo o órgão oficial do Partido Comunista de Cuba.

A reforma mostrou “a vontade expressa do Governo cubano, no exercício de sua soberania, em atualizar a legislação existente e ajustar-se às condições do presente e do futuro previsível”, afirma o órgão oficial comunista, acrescentando que visa “continuar a fortalecer os laços entre o país e os seus residentes no exterior”.

De acordo com dados divulgados hoje, 418.000 cubanos que vivem no exterior visitaram a ilha no ano passado.