O representante dos trabalhadores social democratas (TSD), da UGT, e também deputado do PSD, Pedro Roque, afirmou ao Público que preferia que o seu partido se “abstivesse” ao invés de votar a favor da apreciação do Bloco e do PCP que visa deitar por terra a redução da taxa social única (TSU) para os empregadores, que será assinada no âmbito do acordo da concertação social.

“Se me perguntar qual a posição que desejaria do partido, a minha resposta é que se abstivesse”, afirmou Pedro Roque que participou, na qualidade de deputado, na reunião da bancada parlamentar da passada semana, de onde saiu a posição oficial do partido: de que alinharia com os partidos mais à esquerda no chumbo desta medida.

Mas apesar das “divergências” entre o TSD e o PSD, Pedro Roque já tinha dito ao Observador, depois da dita reunião, que respeitava e apoiava a posição do líder do partido “porque o Governo é que não cuidou da sua parte de assegurar o apoio parlamentar para o acordo que propôs em concertação social”. Pedro Roque destacou ainda que “não é por iniciativa do PSD” que o assunto vai ser discutido no Parlamento, mas sim “dos parceiros de coligação do Governo, que deviam assegurar o cumprimento das medidas nos acordos que fizeram”.

O tema da redução da TSU em 1,25 pontos percentuais está quente. E nao só por conta das acusações vindas do lado do PS. Os partidos mais à esquerda (PCP e BE) também acusam o PSD de ter dado uma cambalhota, uma vez que no passado, e quando estava no Governo, também baixou a TSU. Pedro Passos Coelho ripostou afirmando que o PCP e o Bloco de Esquerda também mudaram de opinião sobre a redução da Taxa Social Única (TSU) desde o ano passado, associando a mudança às autárquicas.

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Segundo o jornal Público, o Governo vai, ainda assim, e arriscando-se a ver o diploma ser chumbado no Parlamento, assinar o acordo com patrões e sindicatos na próxima sexta-feira.

E, de acordo com o Expresso, na redação do diploma, o Governo está a tentar encontrar argumentos para encostar o PSD à parede, como o alargamento da redução da TSU às IPSS e Misericórdias, assim como a garantia de que a quebra da receita será suportada pelo Orçamento do Estado.

O compromisso de redução da TSU de 23,75 para 22,5% foi assumido para alcançar o acordo para a subida do salário mínimo nacional e, desta forma, compensar os empregadores.