Tal como no futebol, a vantagem de jogar em casa é determinante igualmente nas vendas de automóveis. Assim não é de estranhar que a Volkswagen seja muito forte em vendas no seu país, a Alemanha, tal como a Renault em França, a Fiat em Itália, a Ford em Inglaterra e a Seat em Espanha.

Também a Volvo, há meio século que dominava o mercado sueco, sendo o termo correcto “dominava”. Isto porque mais de 50 anos de domínio avassalador foram por água abaixo em 2016, uma vez que o construtor sueco – e não deverá ser porque o seu capital é agora controlado pelos chineses, uma vez que antes era pelos americanos da Ford – foi batido pela primeira vez, em muito anos, por um adversário.

A proeza veio pela mão de um modelo da Volkswagen, o que nem admira, ou não fosse este o maior construtor europeu de automóveis, com uma vantagem mais do que confortável sobre a concorrência. O que sim espanta é que ter sido o Golf a conseguir o brilharete, veículo que decidiu anunciar uns meses antes do término do ano transacto, que iria surgir no início de 2017 com um restyling e novos motores, o que habitualmente afasta os compradores. Mas nem assim os nórdicos hesitaram em permitir que o Golf, ao conquistar 5,9% das vendas, batesse os seus adversários locais.

A verdade é que com a gama S e V40 em vias de ser substituída e o novo XC60 em vésperas de ser integralmente renovado, o construtor da casa tão pouco estava nas melhores condições de se defender, apesar de, até aqui, a Volvo sempre ter conseguido ultrapassar o tradicionalmente problemático final de ciclo de vida dos seus modelos mais vendidos. O mais curioso é que, a última vez que o construtor sueco perdeu a liderança das vendas no seu país foi em 1962 e, já altura, para um outro Volkswagen: o Carocha.

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