Um dos seis suspeitos de pertencer a uma organização criminosa, sediada na região de Lisboa e que se dedicava ao tráfico internacional de estupefacientes por via aérea, ficou esta quarta-feira em prisão preventiva, disse à agência Lusa fonte judicial.

A Polícia Judiciária anunciou hoje a detenção de quatro mulheres e de dois homens, no âmbito da operação “Mastermind” e após uma investigação que decorria há cerca de dois anos, a qual permitiu desmantelar uma organização criminosa transnacional, sediada na região de Lisboa, liderada e constituída por cidadãos portugueses, que se dedicava ao tráfico de cocaína.

Os seis detidos foram sujeitos a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, tendo o juiz aplicado a um dos homens a medida de coação mais gravosa, prisão preventiva, enquanto os restantes arguidos ficam proibidos de se ausentarem do país e de contactarem entre si e obrigados a apresentações diárias às autoridades.

Os arguidos têm entre 24 e 39 anos. A mesma fonte acrescentou à Lusa que a cocaína era proveniente do Brasil.

Em comunicado emitido esta quarta-feira de manhã, a Polícia Judiciária (PJ) informou também que no decorrer da investigação foram identificadas e constituídas arguidas 50 pessoas, tendo sido detidos 13 homens e 12 mulheres em diferentes momentos da investigação.

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Destes, seis foram detidos — quatro homens e duas mulheres — no Brasil, quando se preparavam para embarcar no voo que os transportaria para Lisboa, tendo sido também apreendidos 96 quilogramas de cocaína.

O modus operandi consistia na aquisição de quantidades consideráveis de cocaína num país da América do Sul, a qual era transportada para o nosso país através da via aérea por ‘correios’ e posteriormente distribuída no território nacional”, indicava o comunicado.

Na nota, a PJ explicava que a organização “revelava uma estrutura bem definida e sofisticada, com regras precisas quanto à definição do perfil e forma de recrutamento dos ‘correios’ que iriam efetuar o transporte, os quais eram sujeitos a formação específica”.

O transporte e introdução do produto estupefaciente em território nacional ocorriam, segundo a PJ, mediante a utilização de voos comerciais, sendo que os “correios” transportavam a cocaína no interior das suas bagagens.

Nalgumas ocasiões contudo, a droga foi dissimulada no interior do organismo de ‘correios’ e também enviada através de encomendas postais.

A PJ indica ainda, em comunicado, que no decurso da operação foram efetuadas 45 buscas domiciliárias, no âmbito das quais foram apreendidos diversos elementos de prova, bem como pequenas quantidades de MDMA (ecstasy) e de haxixe.