A McLaren produz muito mais do que os carros de F1 pilotados por Fernando Alonso e os belos e possantes superdesportivos de estrada que envergam o seu emblema. Associada à McLaren, a TAG Heuer produziu alguns relógios interessantes – até há quem defenda que foi esta associação que ajudou a lançar a marca –, mas nada que figurasse entre as maiores referências mundiais. Pois bem, e como acontece na maioria dos divórcios, a McLaren e a TAG Heuer separaram-se, com esta última a “casar” com a rival Red Bull, o que obviamente teve direito a resposta por parte do construtor britânico de bólides.

O primeiro passo passou por juntar-se com uma das “miúdas” mais giras e interessantes da indústria relojoeira, mais precisamente, a muito respeitável empresa Richard Mille. E depois, tratou de conceber um relógio que promete ficar na história: o RM 50-03 Tourbillon Split Seconds Chronograph Ultralight McLaren F1. OK, o nome é demasiado comprido, mas se alinhar as moedas até perfazer 1 milhão de euros, vai ver que a fila também é muito extensa…

Este relógio é caro, como é óbvio, mas reúne uma série de atributos a considerar. Para começar, é um turbilhão, o que é termos de máquinas para dar horas é o dispositivo mais complexo que até hoje se fabricou. É tão complexo que poucas são as marcas que o sabem ou ousam produzir. Entre muitas outras habilidades, este mecanismo anula o efeito negativo da força da gravidade no maquinismo de um relógio.

Como se não bastasse ser um turbilhão, é ainda estupidamente leve. E dispendiosamente também. Para o construir – e foi aqui que entrou a McLaren – foi utilizado sobretudo fibra de carbono, titânio e grafeno, uma denominação curiosa que esconde um dos materiais mais fortes e leves que há no planeta. É uma das formas cristalinas em que o carbono se encontra disponível e habitue-se a ele, pois vai vê-lo em cada vez mais situações, desde nos semicondutores, em vez do silício, passando pelos processadores e circuitos integrados, purificação de água e até nas baterias dos veículos eléctricos.

Neste relógio, estamos perante o Graph TPT que, na essência, é o que se obtém quando se injecta grafeno entras as finas camadas da fibra de carbono. Uma solução complexa que só foi possível com a colaboração de entidades como a Universidade de Manchester, o National Graphene Institute e o North Thin Ply Technology.

Se acha que o preço é surpreendente, espere até lhe dizermos o peso do “brinquedo”: 40 gramas, relativo à caixa, bracelete e a respectiva fivela. Incrível? Claro que sim. Tanto quanto o milhão de euros que é preciso pagar por ele, até porque só se vão produzir 75 exemplares…

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