O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu, no domingo, depois de um telefonema “muito amistoso” com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levantar todas as restrições à construção de casas para colonos em Jerusalém Leste, apesar de a expansão estar proibida pela lei internacional. No Knesset, o parlamento israelita, Netanyahu disse ainda que “o que está disposto a dar aos palestinianos não é exatamente um país com todos os poderes”.

Os deputados israelitas teriam atrasado a aprovação da expansão dos colonatos devido à oposição demonstrada por Barack Obama que, ao permitir, com a abstenção dos Estados Unidos, que fosse aprovado no Conselho de ONU um voto de condenação da construção de novas casas no leste de Jerusalém, entrou em rota de colisão com Israel, um antigo aliado dos norte-americanos. Entretanto, em Washington, a Casa Branca fez saber que “está a dar os primeiros passos” no debate sobre a mudança da embaixada dos EUA em Israel — de Telavive para Jerusalém –, o que também pode pôr em causa a paz entre palestinianos e israelitas já que a capital é disputada por ambos os povos.

Depois de Netanyahu ter falado aos deputados, a câmara municipal de Jerusalém aprovou mais 566 autorizações para a construção de mais casas nos bairros de Pisgat Zeev, Ramat Shlomo e Ramot. O vice-presidente da câmara, Meir Turgeman, disse à agência de notícias France Press que tinha recebido ordens para esperar até que Donald Trump assumisse funções como presidente dos Estados Unidos para aprovar a medida, “já que não tem problema nenhum com a construção em Jerusalém”. E acrescentou que “as regras mudaram porque os EUA já não têm as mãos atadas como no tempo de Barack Obama”.

Obama opunha-se à construção de mais casas na zona do Leste de Jerusalém por considerar que o alargamento dos colonatos colocava entraves à solução de “dois Estados”, que sempre defendeu.

Benjamin Netanyahu revelou ainda que Donald Trump o convidou para visitar Washington em Fevereiro mas a data ainda não está marcada.

Mais de meio milhão de judeus vivem nas zonas ocupadas no Leste de Jerusalém.

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