Marco Hauenstein é um jovem suíço de 19 anos que está a tentar encontrar a sua família biológica. O seu primeiro movimento foi tentar a ajuda das forças policiais e dos próprios media, mas os resultados não lhe trouxeram qualquer resposta. Então, qual o próximo passo? Recorrer ao Facebook. A sua busca, sem que estivesse à espera, tornou-se rapidamente viral, dá conta a BBC.
A vida de Marco não foi fácil, desde o início. Da sua mãe biológica, pouco sabe contar. Sabe, no entanto, que o seu nome é Gina Barbara Hauenstein, era viciada em drogas e, acredita, na década de 1990 passou algum tempo em Zurique, no parque Platzspitz, onde os toxicodependentes se juntavam para consumir drogas.
Quando Marco nasceu, em 1997, já era viciado em drogas. Foi preciso um internamento no hospital, por vários meses, para que recuperasse e desintoxicasse o corpo. Ainda que a mãe o visitasse, de tempos a tempos, nunca viveu com ela. Sobre o pai, nada sabe: na sua certidão de nascimento, o espaço para o nome foi deixado em branco.
2000: perdeu-se o rasto da mãe
Foi no ano de 2000 que o rasto da mãe de Marco se perdeu, mesmo com as buscas policiais a decorrer, quer na Suíça, quer no resto da Europa. Desde aí, Gina Hauenstein nunca mais foi vista e continua a fazer parte da lista de pessoas desaparecidas.
Marco viveu com uma família de acolhimento, que acabou por abandonar quando fez 16 anos. Sobre a sua infância, descreve-a como tendo sido um tempo feliz, explica a BBC. Ainda assim, admite que a questão da família biológica sempre “pairou na sua mente”. Como exploca o jovem, começaram a surgir desentendimentos com os seus “pais de acolhimento”, mas a relação melhorou a partir do momento em que ele começou a viver de forma independente.

Mãe de Marco, Gina Hauenstein, dada como desaparecida desde 2000
Polícia: a busca sem resposta?
Marco começou, ao mesmo tempo que saiu de casa, a pesquisar sobre a sua família, especialmente pela sua mãe. Segundo conta a BBC, o jovem explicou que precisava de saber a “quem pertencia”. Para tal, contactou a polícia e começou a investigar. Sem sucesso. No entanto, a Suíça é um país pequeno e o jovem nunca foi adotado. Sabia o seu nome de nascimento, sabia o nome da sua mãe e até da cidade de onde vinha e onde, aparentemente, os seus avós continuavam a viver. A pesquisa poderia ainda ser longa, mas as informações principais estavam lá.
Redes Sociais: o próximo passo
Para o jovem, o Facebook pareceu o método mais lógico e rápido para chegar ao resultado que pretendia, após as buscas policiais não darem em nada. A publicação que Marco deixou na rede social teve resultados que o jovem não esperava: a sua mensagem foi partilhada milhares de vezes, quer na Suíça, quer na Alemanha e, prontamente, os meios de comunicação social também começaram a ter interesse na história.
A publicação inicial do jovem descrevia o seu nome, data de nascimento e zona de nascimento. Marco explicava também a sua história de recém-nascido viciado em drogas, contava que vivia com uma família de acolhimento mas que, ainda assim, procurava a sua família biológica. Pedia, então, ajuda, para que fosse possível encontrar não só os seus pais biológicos como também os seus avós.

Marco e a sua mãe, em bebé
Facebook: o principio do sucesso
Pouco tempo depois da publicação, uma tia e uma meia-irmã da mãe de Marco terão entrado em contacto com o jovem, por telefone.
“Foi muito emocionante, mesmo que não tenhamos falado por muito tempo. Foi apenas um, ‘Olá, é tão bom falar contigo depois de todos estes anos…’ Mas acho que o plano é que nos encontremos entretanto”, contou Marco.
Para além destes dois membros da sua família, Marco recebeu também algumas informações sobre a sua avó e um tio. Contou ainda que teve informações sobre a identidade do pai, mas, segundo conta a BBC, pareceu relutante quanto a contar sobre este último aspeto.
A atenção em demasia dos media
Mas nem sempre os media e o Facebook se mostraram vantajosos. Segundo a BBC, o encontro previsto com a sua tia, afinal, não aconteceu, porque o jovem não conseguia, de novo, contactar com ela. Pelos vistos, a mediatização exagerada da história fez com que a família biológica se “assustasse”. Por norma, nestes casos para tentar encontrar a família biológica, a comunicação é feita por um intermediário, para que haja mais confiança. Marcar uma reunião entre ambas as partes, por vezes, é um processo moroso, e é necessário que ambos os lados estejam prontos para isso. E, segundo a segurança social, nem todas as vezes a família biológica está preparada para estas reuniões.

Marco, atualmente
Mas, e agora, o final feliz chegou?
No dia 22 de janeiro surge a atualização e o agradecimento: Marco finalmente encontrou os avós e o tio. Marco explicou o quão feliz estava por ter parte da sua família de volta e agradeceu a todos pela ajuda. Na mesma publicação, informou ainda que o encontro com a tia ainda não aconteceu, porque ela precisa de mais tempo, mas que espera pelo dia em que, finalmente, a vá conhecer.
Mas as buscas ainda não terminaram para Marco. Afinal, só parte da sua família é que foi descoberta, e na sua publicação afirmou que as buscas pelos pais vão continuar.