Catarina Martins estabelece como prioridade o cumprimento do acordo de governo fechado com os socialistas no ano passado e reconhece, na segunda parte da entrevista ao Jornal Público, que para isso acontecer será necessário uma legislatura. E quando questionada sobre o cenário de o primeiro-ministro estar a preparar o caminho para eleições antecipadas, com o pretexto da TSU (taxa social única), é perentória: “Julgo que seria um tremendo erro se o fizesse. Não acredito que o esteja a fazer.”

A coordenadora do Bloco elenca as medidas do acordo de 2016 que falta concretizar e que ainda não foram abordadas, como a introdução de uma maior progressividade no IRS e o descongelamento das carreiras da função pública, iniciativas que têm impacto orçamental e que estão agendadas para 2018.

Mas também realça compromissos fora de acordo que foram obtidos, como o relativo ao aumento das pensões mais baixas em 2017. E destaca que a reposição de direitos laborais não tem efeito no Orçamento e portanto pode-se avançar já com a discussão. Outra área onde o Bloco quer ir mais longe é no corte das rendas de energia.

Perante a pergunta sobre se defende que o Governo deve cumprir os quatro anos da legislatura, Catarina Martins reconhece: “À partida o acordo tem matérias que nós sabemos que precisam de uma legislatura para serem cumpridas.” Mas acrescenta que o Bloco quer muito que o acordo seja cumprido.

“Queremos muito voltar a ter novos escalões em IRS, queremos muito que os serviços públicos tenham condições para funcionar, queremos muito reativar a contratação coletiva. Há tanto por fazer ainda”.

A coordenadora do Bloco considerou ainda que Portugal, tal como outras democracias, tem um problema grave de descredibilização. E deixa a garantia de que o BE “nunca arranjará pretextos para nada. Trabalharemos sempre para isso e achamos que toda a gente deve trabalhar nesse sentido”.

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