As meias-finais do Open da Austrália serão as primeiras de um Grand Slam, desde 2003, a não terem nenhum dos três primeiros cabeças de série masculinos, depois de o espanhol Rafael Nadal ter derrotado o canadiano Milos Raonic. Sem chegar a uma meia-final de um ‘major’ desde que venceu Roland Garros em 2014, Nadal, nono cabeça de série, derrotou o canadiano, terceiro, por 6-4, 7-6 (9-7), 6-4, em duas horas e 44 minutos.

Depois das prematuras quedas do britânico Andy Murray, líder do ranking mundial, e do sérvio Novak Djokovic, segundo, a eliminação de Raonic deixa as meias-finais masculinas sem nenhum dos três primeiros pré-designados. Este cenário não acontecia desde Wimbledon em 2003, naquele que foi o primeiro dos 17 títulos de ‘Grand Slam’ do suíço Roger Federer, num ano em que era o quarto pré-designado, sendo que, no Open da Austrália, tem de se recuar até 2002 para não ver nenhum dos três primeiros cabeças de série nas meias-finais.

A qualificação de Nadal prova ainda que o primeiro ‘major’ de 2017 parece destinado aos tenistas mais experientes, uma vez que apenas o búlgaro Grigor Dimitrov, adversário do espanhol nas ‘meias’, tem menos de 30 anos, algo que é replicado no quadro feminino, com a norte-americano CoCo Vandeweghe a fugir ao domínio dos trintões.

Nadal voltou mostrar a sua garra frente a Raonic, não cedendo nenhum jogo de serviço ao canadiano, que teve seis oportunidades para fechar o segundo set e empatar o encontro, quebrando, por duas vezes, o saque do número três mundial nos momentos chave. “Não sei como ganhei [o segundo] set, apenas lutei. Decidi subir mais no campo e estar muito concentrado com o meu serviço”, disse Nadal, campeão em Melbourne em 2009, considerando que Dimitrov, o próximo adversário, “é um grande jogador”.

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O búlgaro, 15.º do ranking mundial, venceu o belga David Goffin, 11.º do circuito, em três sets, pelos parciais de 6-3, 6-2 e 6-4, em duas horas e 12 minutos.

Dimitrov chegou pela primeira vez às meias-finais do Open da Austrália, repetindo a presença nesta fase da prova em Wimbledon em 2014. Este será o nono confronto entre Dimitrov e Nadal, que leva clara vantagem, com sete triunfos e apenas uma derrota, com o vencedor a defrontar quem triunfar na quinta-feira num duelo entre os suíços Stanislas Wawrinka, quarto pré-designado, e Roger Federer, 17.º.

No setor feminino, a norte-americana Serena Williams, número dois mundial, é a última resistente do top 10 mundial, depois de bater a britânica Johanna Konta, nona, por 6-2, 6-3, em 75 minutos.

“Ela estava a jogar muito bem, ganhando o título em Sydney e vencendo rapidamente os encontros aqui. É uma futura campeã aqui”, disse Serena, de 35 anos, que assumiu alguma frustração com o seu serviço durante o encontro desta quarta-feira.

Na próxima ronda, Serena vai reencontrar, quase 19 anos depois a croata Mirjana Lucic-Baroni, 79.ª do mundo, que regressou a umas meias-finais de um ‘Grand Slam’ depois de ter estado nessa fase em Wimbledon em 1999, ao afastar a checa Karolina Pliskova, quinta pré-designada, por 6-4, 3-6, 6-4, em uma hora e 47 minutos.

“É realmente fantástico. Estou tão orgulhosa da Mirjana. Joguei com ela há uma década, não, foi [quase] há duas décadas. Os 30 são os novos 10. O que quer que aconteça, alguém com 34 anos ou mais vai estar na final”, disse Serena, que tem 22 títulos do ‘Grand Slam’, partilhando o recorde de troféus na ‘era Open’ com a alemã Steffi Graf, estando a dois do máximo total, que pertence da australiana Margaret Court.

Caso se apure para a final, Serena Williams poderá defrontar a irmã mais velha Venus, 13.ª cabeça de série, que vai defrontar a também norte-americana CoCo Vandeweghe.