Os níveis de poluição do ar, em Londres, ultrapassaram esta semana os níveis recorde de Pequim. As formas de aquecimento que incluem queimar madeira (como lareiras e salamandras) estão a piorar a situação. Na segunda-feira, o presidente da cidade de Londres, Sadiq Khan, accionou, pela primeira vez, o maior alerta de poluição atmosférica da cidade. Na terça-feira, segundo conta o The Telegraph, Sadiq afirmou que o “ar poluído” da capital é, agora, uma “crise de saúde”.

Londres ultrapassa níveis de poluição anuais nos primeiros cinco dias de 2017

Os níveis de poluição anuais já tinham sido ultrapassados nos primeiros dias de 2017, mas agora o alerta é mais grave. Pelas 15h00 de segunda-feira, a qualidade do ar – em algumas zonas de Londres – estavam pior do que as piores verificadas na cidade de Pequim, com um valor de 197 microgramas por metro quadrado de partículas de poluição, de acordo com o Índice da Qualidade do Ar. Em Pequim, a poluição máxima tinha atingido as 190 partículas.

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Segundo os especialistas do King’s College, de Londres, este índice foi o pior desde abril de 2011, quando as condições meteorológicas, de frio extremo, levaram a que um maior número de madeira fosse queimada, o que, juntamente com a poluição provocada pelo trânsito, aumentou o índice de poluição na capital britânica.

Esta nova vaga de poluição deveu-se também às temperaturas abaixo de zero que se têm vindo a sentir e que têm levado as famílias a utilizar mais as lareiras ou salamandras para se aquecerem, dizem os especialistas. Segundo dados citados pelo jornal, mais de um milhão de casas, em todo o Reino Unido, são aquecidas por fogões a lenha, sendo que 175 mil novos fogões são instalados todos os anos. A procura deste meio de aquecimento tem triplicado nos últimos cinco anos.

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Nos últimos dias, várias escolas da capital têm proibido as crianças de brincar ao ar livre e a instituição da Saúde Pública de Inglaterra tem advertido as pessoas a não praticarem exercício no exterior, o que tem deixado os desportistas frustrados. Várias outras medidas deverão ser tomadas sobretudo junto das escolas. Entre elas, a verificação da qualidade do ar , a proibição dos carros mais poluentes de circularem junto às entradas e, ainda, a proibição de que os carros fiquem parados, mas a funcionar, enquanto esperam pelas crianças. Mais: as escolas serão incentivadas a plantar árvores em seu redor, para que sirvam de “barreira” dos vapores de poluição.

“Todas as crianças têm o direito de conseguir respirar um ar limpo em Londres e, por isso, é vergonhoso que mais de 360 das nossas escolas primárias estejam localizadas em zonas que violam os limites de poluição legal”, afirmou Sadaq Khan, relata o TheTelegraph, acrescentando ainda que “o ar poluído de Londres é uma crise de saúde e as nossas crianças são particularmente vulneráveis aos efeitos tóxicos da poluição do ar.”

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Mas a poluição do ar não é apenas condicionada pela lenha queimada. Também a poluição emitida pelas fábricas e pelos carros – especialmente motores a diesel – são motivo não só para uma maior poluição de ar, como também para o aumento de doenças cardíacas e pulmonares e da asma. Segundo The Telegraph, morrem cerca de 40 mil pessoas por ano devido aos efeitos da poluição. Nas crianças, este tipo de poluição pode causar tosse, bronquite, asma e ainda prejudicar o desenvolvimento dos pulmões e até o cérebro.