O número de novos processos de mediação de crédito caiu 3% em 2015 em relação ao ano anterior, tendo sido abertos 599 novos processos, avançou o Banco de Portugal (BdP).

De acordo com o Relatório de Atividades de 2015 do Mediador de Crédito, divulgado esta quinta-feira pelo BdP, “em 2015, verificou-se uma ligeira redução no número de novos processos face ao ano anterior, tendo sido abertos 599 processos, o que compara com 616 processos abertos em 2014”.

No entanto, contabilizando também os processos que transitaram de anos anteriores, o número total de processos enquadrados nas competências do mediador de crédito aumentou em 531 processos entre o final de 2014 e o final de 2015.

Regra geral, estes processos dizem respeito a pedidos de mediação relacionados com determinado produto ou com a negociação ou obtenção e crédito, mas também podem abranger pedidos de esclarecimento ou de informações em matéria de crédito.

“Entre o final de 2014 e o final de 2015, verificou-se um aumento de 216 no número de processos de mediação (para os 1.327) e de 237 no número de mediações (para 1.667), bem como um aumento de 139 no número de processos de esclarecimentos (para 445)”, lê-se no documento.

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Além disso, houve ainda 174 processos que, ainda que enquadrados nas competências do mediador de crédito, “não evoluíram para processos de mediação, devido ao facto de os requerentes não terem disponibilizado os elementos solicitados para dar sequência ao assunto ou, após o envio do pedido, terem chegado a acordo com a instituição de crédito sem que tenha havido intervenção direta do mediador de crédito”.

No que se refere à origem dos processos, predominaram os pedidos apresentados pelos requerentes diretamente ao mediador, representando 87% do total, seguindo-se os que foram recebidos através do BdP (12%) e os processos abertos na sequência de pedidos remetidos por entidades da Rede de Apoio ao Consumidor Endividado (1%).

Quanto aos assuntos tratados nestes processos de mediação, verifica-se que, em 2015, a reestruturação de créditos particulares continuou a ser “o mais representativo”, correspondendo a 63% do total.

Em segundo lugar, surgem os “outros assuntos” (com 33%), que incluem regularização de dívidas associadas a contratos de crédito resolvidos, obtenção de esclarecimentos junto das instituições de crédito sobre o montante e a composição das dívidas, entre outros temas.

Por fim, em relação aos resultados das mediações, o BdP indica que, entre 2009 e 2015, foi apurada “uma taxa de sucesso global de 62%, ligeiramente acima da observada até ao final do ano precedente (60%)”, o que significa que “num número significativo de casos, foi possível alcançar o resultado visado pela mediação, isto é, o acordo entre o cliente bancário e a instituição de crédito”. Considerando apenas o ano de 2015, a taxa de sucesso foi de 75%, de acordo com o relatório.