A medida é polémica, mas Donald Trump nunca escondeu que, se vencesse as eleições, avançaria mesmo com ela: todos os muçulmanos a residir nos Estados Unidos deveriam fazer um registo obrigatório da sua religião. Por outro lado, todos os muçulmanos que visitassem o país teriam a sua atividade monitorizada durante a visita — uma medida que já existiu e foi abandonada em 2011. Até agora, nenhuma seguiu por diante.

Em protesto contra as declarações e vontades de Donald Trump, a ex-secretária de Estado norte-americana durante a administração de Bill Clinton, Madeleine Albright, afirmou no Twitter que admite vir a registar-se como muçulmana em “solidariedade”. E escreve: “Fui criada como católica, tornei-me parte da Igreja episcopal e mais tarde descobri que a minha família era judia. Estou pronta para ser muçulmana em solidariedade”.

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Madeleine Albright nasceu República Checa e fugiu da ocupação nazi do país em 1939, tendo-se exilado com a família em Londres.

Mas não é tudo nesta discordância de Albright para com o novo presidente dos Estados Unidos. Donald Trump pretende igualmente instaurar uma interdição à entrada nos Estados Unidos para refugiados vindos de sete países: Síria, Iraque, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen. Quando questionado sobre se esta seria uma medida “anti-muçulmanos”, Trump negou e respondeu: “Não, não estamos a banir os muçulmanos. Eles [refugiados] vêm de um país onde há um tremendo horror. Muitas das pessoas que chegam, vêm com más intenções. Algumas até são do Estado Islâmico. Não quero isso. Vou ser o Presidente de um país mais seguro”.

Albright, a esse propósito, escreveria no Twitter: “A América deve permanecer aberta a pessoas de todas as fés e origens”.