Os dois pandas gémeos bebés de Macau estão desde esta sexta-feira expostos ao público e crescem a olhos vistos: pesam 12 e 13 quilos, correm e trepam por todo o lado e já vão comendo algum bambu.

Com sete meses, Jian Jian e Kang Kang, que estiveram até agora resguardados numa ‘creche’ no Pavilhão do Panda Gigante, passam a estar expostos ao público, juntamente com os pais, ainda que apenas durante duas horas por dia e até ao dia 12 de fevereiro — depois disso, devem passar a estar na zona pública do pavilhão apenas aos domingos. A presença dos gémeos surge assim como uma prenda de Ano Novo chinês para residentes e turistas, que podem assistir às tropelias de crias de um dos animais mais adorados da China.

Durante as duas horas diárias em que vão estar no recinto, os bebés vão estar sempre acompanhadas de tratadores, que garantem que não se magoam. De facto, Jian Jian e Kang Kang tentam trepar os adereços do recinto — repleto de troncos e vegetação –, e rebolam e tropeçam com frequência. Especialmente para eles foi colocado um cavalinho de madeira e um barco, que oscilam e onde se podem sentar.

“Trato deles todos os dias, cada momento é muito especial”, contou a tratadora Sok I Chao, explicando que é possível distinguir os dois irmãos porque as orelhas de Jian Jian, o irmão maior, “ficam para cima” e as de Kang Kang “ficam mais para baixo”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Jian Jian “tem um caráter mais animado e tem mais curiosidade”, Kang Kang “é mais tímido e mais mimoso”. Quando nasceram, Jian Jian pesava 135 gramas (peso normal, já que o médio é 100 gramas), mas Kang Kang tinha apenas 53,8 gramas, sendo considerado “ultraleve” e o segundo mais pequeno do mundo.

Apesar da diferença à nascença, hoje apenas os separa um quilo: o maior pesa 13 quilos e o mais pequeno 12. Os dois são ainda alimentados com leite em pó, “mas os criadores também já lhes dão algum bambu” apesar de ser uma “quantidade muito pequena”, contou o veterinário Huang Wenjun, que faz parte da equipa de três especialistas que vieram da Base de Pesquisa de Reprodução do Panda Gigante de Chengdu da província chinesa de Sichuan.

Além destes três profissionais, oito do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais de Macau cuidam dos gémeos e dos pais 24 horas por dia. “Sinto como se fosse mãe deles porque trato deles todos os dias. É um sentimento do fundo do coração, quero proteger esta espécie, que é muito especial”, disse Sok I Chao.

O sentimento é partilhado pelo veterinário da China: “Sinto como se fosse pai. Quando volto ao serviço (depois das folgas) vejo os bebés e quero logo abraçá-los e beijá-los”. No primeiro dia de exposição ao público, véspera de Ano Novo chinês, não foram muitas as pessoas que acorreram para ver as crias, e parte dos que ali estavam não sabiam da presença dos mais pequenos.

Noel e Emily vieram de Hong Kong passear com as filhas, duas meninas de sete e cinco anos, e foi com surpresa que viram Jian Jian e Kang Kang. “Da última vez que viemos só vimos os pais”, explicou Noel, enquanto as crianças saltitavam de entusiasmo e diziam que gostavam muito de animais.

Também turista, Ivana, da Sérvia, tinha chegado na véspera a Macau e veio ao Pavilhão do Panda Gigante por curiosidade, mas não sabia que havia crias. “São tão queridos, parecem felizes. Já os adultos parecem aborrecidos”, comentou.

Já Averil (Irlanda) e Peter (Inglaterra) deslocaram-se ao parque de propósito para conhecer os seus inquilinos mais novos. O casal trabalhou durante três anos e meio na Universidade de Macau mas regressa à Europa na segunda-feira. “Sabíamos [que iam cá estar] porque viemos há uns dias para ver os grandes, perguntámos pelos bebés e disseram-nos que iam cá estar hoje. São lindos, muito energéticos”, disse Averil.