O Governo do México vai atribuir 44 milhões de euros aos consulados mexicanos nos Estados Unidos para reforçar a proteção aos migrantes face às políticas anunciadas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

Numa reunião realizada na residência oficial de Los Pinos, o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, deu instruções ao ministro das Finanças, José Antonio Meade, para realizar esta ação “imediatamente”, disse à imprensa o presidente do Senado, Pablo Escudero.

Os recursos são destinos aos 50 consulados mexicanos nos EUA para que possam “contratar empresas, assessoria jurídica, tradutores, para que os nossos migrantes tenham lá todo o apoio de que necessitam”, disse o deputado no final do encontro em que participaram membros do Governo e representantes dos diferentes grupos parlamentares.

Esta semana, Trump assinou a ordem para a construção de um muro ao longo de toda a fronteira entre o México e os EUA, e também pediu para aumentar o número de agentes de controlo de fronteiras e a interrupção de fundos federais para as chamadas “cidades santuário”, que não prendem ou detêm os imigrantes que vivem ilegalmente nos Estados Unidos, ou seja, protegem a deportação de indocumentados.

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Chicago, Nova Iorque e Los Angeles são algumas das “cidades santuário”.

O Presidente do México, Enrique Peña Nieto, e o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, falaram na sexta-feira ao telefone, confirmou uma fonte oficial mexicana, numa altura em que as relações diplomáticas entre os dois países atravessam um clima de tensão.

Esta conversa aconteceu um dia depois de Enrique Peña Nieto ter cancelado a sua deslocação a Washington, que estava prevista para a próxima terça-feira, onde se deveria reunir com Donald Trump.

O cancelamento surgiu depois de Donald Trump ter assinado, na quarta-feira, uma ordem executiva para destinar fundos federais à construção de um muro entre a fronteira entre os Estados Unidos e o México e de ter insistido de que serão as autoridades mexicanas a pagar a construção daquela barreira fronteiriça.

A construção deste muro fronteiriço, que visa travar a entrada de imigrantes ilegais no território americano, foi uma das propostas mais polémicas de Trump durante a campanha eleitoral para as presidenciais de novembro do ano passado.