O arquiteto Nuno Teotónio Pereira (1922-2016) vai ser homenageado, em Lisboa, esta segunda-feira, com a inauguração de um mural e o lançamento de um livro, numa organização da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de Alvalade. Em comunicado, a autarquia refere que a homenagem será realizada exatamente no dia em que o arquiteto – considerado uma das mais destacadas figuras do urbanismo e da habitação em Portugal – cumpriria 95 anos.

A inauguração do mural da autoria de João Samina, artista urbano conhecido como SAMINA, junto ao Mercado de Alvalade Norte está prevista para as 16h30 e o lançamento do livro “Evolução das formas de habitação plurifamiliar na Cidade de Lisboa”, da autoria de Teotónio Pereira, decorrerá às 17h30, no Caleidoscópio, no Jardim do Campo Grande.

A autarquia recorda que Nuno Teotónio Pereira “foi um dos grandes impulsionadores da arquitetura moderna, tendo realizado obras marcantes na cidade de Lisboa”, tratando-se de um “defensor da prevalência da função sobre a forma, [que se dedicou] principalmente à habitação e à renovação dos edifícios religiosos, reflexo da sua postura ativa como católico progressista”.

O livro “Evolução das formas de habitação plurifamiliar na cidade de Lisboa” é um trabalho de investigação realizado pelo arquiteto e por Irene Buarque entre 1978 e 1979 para a Fundação Calouste Gulbenkian. Nuno Teotónio Pereira também colaborou com o arquiteto Miguel Jacobetty nos projetos para o Bairro de Alvalade, onde residia e foi também aí que acabou por falecer, a 20 de janeiro de 2016, a poucos dias de completar 94 anos.

A Junta de Freguesia de Alvalade quis homenagear o arquiteto com a realização de um mural, concebido com base numa fotografia do próprio arquiteto, escolhida com o contributo da artista plástica Irene Buarque, sua companheira de vida, que também acompanhou o processo de criação.

Nuno Teotónio Pereira, nascido em Lisboa, formou-se em arquitetura pela Escola de Belas Artes de Lisboa, foi autor e coautor de dezenas de projetos, e também um histórico defensor de direitos cívicos e políticos durante o regime salazarista. São da sua autoria – ou em coautoria com arquitetos como Nuno Portas, Bartolomeu Costa Cabral e João Braula Reis – o Bloco das Águas Livres, classificado em 2012 como monumento de interesse público, a Torre de Habitação Social nos Olivais Norte, o chamado Edifício “Franjinhas” e a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, projetos realizados em Lisboa, distinguidos com prémios Valmor.

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