O empresário brasileiro Eike Batista foi detido no Rio de Janeiro esta segunda-feira de manhã, assim que aterrou num voo proveniente de Nova Iorque de onde saiu precisamente para se entregar às autoridades. O mandado da Polícia Federal vem na sequência da Operação Eficiência, segunda fase da Operação Calicute, um desmembramento do caso Lava-Jato no Rio de Janeiro.
Eike Batista, ex-presidente do grupo EBX, um grupo de seis empresas na área da extração de minério e petróleo, e Flávio Godinho, vice-presidente do clube de futebol Flamengo, estão sob suspeita de terem pago “luvas” no valor de 16,5 milhões de dólares (14,9 milhões e euros), em troca do favorecimento na adjudicação de obras públicas, ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Os pagamentos terão sido efetuados através de uma conta no TAG Bank no paraíso fiscal do Panamá, adianta a imprensa brasileira.
Esse valor terá sido solicitado por Cabral em 2010 e, para que não se questionasse a razão desse pagamento, terá sido assinado um contrato de fachada entre a empresa Centennial Asset Mining Fuind Llc, uma empresa de Eike, e a Arcadia Associados, no qual a primeira pagava por serviços de consultoria na compra e venda de uma mina de ouro.
Eike Batista tornou-se um empresário mundialmente conhecido em 2012, quando foi considerado pela revista Forbes o dono da maior fortuna do Brasil e o sétimo homem mais rico do mundo. Mas as dificuldades de Eike Batista no mundo dos negócios começaram bem antes de a Operação Lava Jato ter estoirado nos jornais, em março de 2014. Para alguns economistas, a crise que alastrou pelo império de Eike Batista ganhou força a partir do momento em que os investidores perceberam que os resultados das suas empresas não corresponderiam às suas promessas.
Questionado pela TV Globo quando aterrou, o empresário declarou que está à disposição da Justiça: “Estou voltando para responder à Justiça, como é meu dever”, disse Eike Batista.