Em resposta à política de Donald Trump sobre a proibição de entrada dos refugiados, a Starbucks decidiu responder à letra ao anunciar que vai contratar dez mil novos empregados que sejam refugiados, dá conta o The Independent.

Decreto anti-imigração. Iraquianos com visto impedidos de entrar nos EUA

Howard Schultz, presidente-executivo da multinacional americana, escreveu uma carta aos seus funcionários, no domingo, informando-os que esta contratação de novos empregados se iria estender às lojas de todo o mundo e que o primeiro esforço iria partir dos Estados Unidos da América. Howard Schultz, que sempre se mostrou apoiante de Hillary Clinton, mostrou que a sua ideia tem como objetivo ir contra a política de Trump, não apenas na questão da imigração, mas também do ObamaCare.

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A carta foi publicada no site da Starbucks, que poderá ler na íntegra. Aqui, mostramos-lhe um excerto:

Mensagem de Howard Schultz, da Starbucks, para os seus parceiros: continuamos com os nossos valores, mesmo em tempos de incerteza.

Caros parceiros,

Escrevo-vos hoje com profunda preocupação, com o coração apertado, mas com uma grande promessa. Deixem-me começar com a notícia que está mesmo à frente de todos nós: todos temos sido testemunhas da confusão, da surpresa e até oposição para com a ordem executiva que o presidente Trump emitiu na sexta-feira, nomeadamente sobre a proibição de entrada nos Estados Unidos da América de pessoas de vários países muçulmanos, incluindo os refugiados que estão a fugir das guerras.

Posso assegurar-vos que a nossa equipa de recursos humanos tem contactado diretamente com os parceiros que estão a ser afetados por esta proibição de imigração e que estamos a fazer tudo o que é possível para os apoiar e ajudar a passar por este período de confusão.

Atualmente, estamos a viver num momento sem precedentes no qual somos a testemunha da consciência do nosso país e onde conseguimos ver que a promessa do ‘sonho americano’ está a ser posta em causa. Nestes tempos de incerteza, é-nos exigido medidas diferentes e ferramentas de comunicação que usámos no passado.

Eu e o Kevin estamos a acelerar este nosso compromisso de comunicar com vocês [parceiros] mais frequentemente, elevando novas plataformas tecnológicas e avançado para o futuro. Eu estou a ouvir um alarme que me diz, como a vocês, que os direitos humanos que todos temos como certos, estão sob ataque e, assim, queremos ter uma forma de comunicação mais rápida e imediata que nos permita envolver os funcionários nos assuntos que vos dizem respeito, enquanto parceiros.

Eu quero também aproveitar esta oportunidade para vos anunciar algumas ações específicas que estão a ser desenvolvidas para reforçar a nossa fé nos nossos parceiros, em todo o mundo, para garantir que fica claro que não vamos ficar em silêncio à medida que as incertezas à volta das ações do novo governo crescem a cada dia que passa. (…)

Em seguida, na carta, o líder da empresa anuncia quais as pedidas a tomar:

  1. Ajudar o DACA, programa de ajuda a crianças refugiadas
  2. Contratar refugiados (10 mil)
  3. Construir pontes e não muros, com o México, continuando o seu comércio no país
  4. Compromisso de um serviço de saúde, prestado a todos os seus colaborados.

Schultz mostra, assim, que nem todos os líderes corporativos estão a ‘abraçar’ a política de Trump e que há formas de mostrar o desagrado para com as ideologias do Presidente dos EUA, Donald Trump. O mais importante, como afirma o CEO da empresa, é “manterem-se fiéis aos seus valores”.