A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), principal organização patronal, defendeu esta terça-feira que o país deve preparar-se para absorver os investimentos na produção de gás, assinalando a criação de oportunidade de negócios para o empresariado local.

Falando em Maputo durante a “Conferência sobre Projetos de Infraestruturas de Gás”, o vice-presidente da CTA, Agostinho Vuma, realçou que as pequenas e médias empresas moçambicanas devem estar à altura do aproveitamento das oportunidades que serão geradas pela indústria do gás.

“As descobertas efetuadas até ao momento e publicitadas pelas autoridades indicam que Moçambique será um dos maiores produtores desde recurso no mundo, com um volume estimado em 100 triliões de pés cúbicos de gás natural na Bacia do Rovuma, cujo investimento estimado para as infraestruturas está em torno de 25 mil milhões de dólares americanos”, declarou Vuma.

Os investimentos esperados na produção de gás natural, prosseguiu o vice-presidente da CTA, será quase duas vezes o Produto Interno Bruto (PIB) atual de Moçambique.

“As pequenas e médias empresas moçambicanas estão prontas para se estruturarem de modo a responder aos requisitos de ´procurument` das grandes empresas, mais concretamente no que respeita às boas práticas”, acrescentou Agostinho Vuma.

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Por seu turno, o secretário-permanente do Ministério dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique, Alfredo Nampete, afirmou que as autoridades moçambicanas estão empenhadas na criação de condições que permitam que o gás natural seja uma fonte de desenvolvimento do setor privado moçambicano e de prosperidade para o país.

“O Governo fará tudo o que estiver ao seu alcance para que o gás natural concorra para a industrialização do país, desenvolvimento do setor privado e fonte de prosperidade da população”, declarou Nampete.

Nesse sentido, continuou, o executivo já negociou com as empresas de produção de gás a alocação de uma parte deste recurso para o mercado doméstico, o que irá impor a necessidade de construção de infraestruturas de fornecimento e abastecimento.

Um consórcio liderado pela italiana ENI, e que integra a portuguesa Galp, anunciou no final do ano passado um investimento de mais de oito mil milhões de euros na construção de uma fábrica de produção de gás natural na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Por seu turno, o consórcio dirigido pela norte-americana Anadarko também poderá fazer o anúncio da decisão final de investimento na Área 1, igualmente em Cabo Delgado, onde detém uma concessão de gás natural.