Os 12 helicópteros EH-101 da Força Aérea, usados em missões de busca e salvamento de pessoas ao largo da costa portuguesa, estiveram todos parados durante cinco dias, na última semana. Ao Observador, a Força Aérea (FA) sublinha que a decisão foi toma “por prudência” e que nunca esteve em causa o socorro a vítimas em risco de vida.

Na quarta-feira, num teste de rotina a um dos helicópteros, “foi detetado um problema num dos motores”, explica o gabinete de relações públicas daquele ramo das Forças Armadas. Como não foi possível identificar a origem do “problema”, a Força Aérea contactou o fabricante — um procedimento normal para estas situações e que permite manter o registo das intervenções feitas nas máquinas. Nesse momento, “por prudência”, foi dada ordem para que todas as aeronaves permanecessem em terra.

“O componente causador do problema foi identificado pelo fabricante e, mais uma vez, em nome da segurança, foi decidida a sua substituição em todas as aeronaves, operação já concluída”, esclarece a Força Aérea. Essa operação decorreu entre quarta-feira e domingo da semana passada.

Durante esse período, nenhum dos helicópteros EH-101 operacionais levantou voo. Ainda assim, garante o gabinete de relações públicas, “durante este período, todas as missões foram realizadas”. A Força Aérea não explicou como.

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Na última quinta-feira, logo no dia seguinte à decisão de manter os helicópteros em terra, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera colocou quatro distritos em alerta amarelo devido à intensa chuva que se previa para os dias seguintes. Já no início dessa semana, a chuva e vento forte tinham levado ao acionar do mesmo nível de alerta.

Mas as respostas da Força Aérea às questões enviadas pelo Observador afastam qualquer possibilidade de perigo. “Se a utilização do EH-101 fosse imperiosa, pela existência de vidas em risco, esta seria sempre considerada”. Essa opção acabou por não ser necessária porque, segundo a Força Aérea, durante aqueles cinco dias não foi reportado qualquer pedido de resgate.

Os EH-101, ou Merlin, são regularmente acionados para resgatar pessoas envolvidas em acidentes com embarcações ao largo da costa portuguesa.

A Força Aérea tem ao seu dispor 12 aeronaves, das quais seis estão vocacionadas para este tipo de missão e apenas quatro estão prontas a voar em qualquer momento: dos oito helicópteros estacionados no Montijo há um operacional, dos três nos Açores podem voar dois e há ainda outro na Madeira. As restantes aeronaves realizam as missões de vigilância e fiscalização das águas nacionais, .

Os equipamentos começaram a chegar a Portugal em 2005 para substituir os míticos Puma e custaram entre 23 e 27 milhões de euros cada um.