Uma investigação realizada pelo governo da África do Sul descobriu que pelo menos 94 pessoas com problemas mentais morreram, depois de terem sido transportadas pelas autoridades de hospitais para infraestruturas de saúde não licenciadas e idênticas a campos de concentração, em Gauteng, conta o The Guardian.

A maioria das mortes deveu-se a problemas como pneumonia, desidratação e diarreias, na sequência do transporte dos pacientes para 27 instalações “pobremente preparadas”. Aparentemente, esta medida foi tomada como forma de reduzir custos e, evidentemente, existem sinais de negligência. Os pacientes foram transportados em carrinhas de caixa aberta.

Assim que a história veio ao de cima e os acontecimentos foram sendo descobertos, o Ministro da Saúde, Qedani Mahlangu, renunciou o seu cargo, uma vez que existe uma ligação direta ao caso. De acordo com o relatório, conta o The Guardian, os inspetores encarregues do cargo ouviram os familiares das vítimas por mais de 80 horas, durante a investigação.

Segundo as testemunhas, as visitas eram deixadas às escuras ao pé dos doentes, em locais que não eram aquecidos e, segundo as fontes, as condições era semelhantes às dos campos de concentração. O centro não dava nem comida nem água suficiente a muitos dos doentes mais graves, o que originou problemas de má nutrição, peso abaixo do recomendado e, em alguns casos, a própria desidratação, que provocou várias mortes. Mais de 1300 pacientes foram levados para estas instalações.

Segundo dão conta os media locais, citados pelo The Guardian, apenas um dos 94 doentes que morreram teve como causa de morte a sua doença mental. Todos os restantes morreram por falta de condições. Segundo o relatório, os pacientes foram transportados para estas instituições ilegais não para reduzir custos mas sim para que a morte trouxesse fins lucrativos vantajosos ao departamento de saúde.

O primeiro-ministro David Makhura prometeu responsabilizar todos os funcionários que fizeram parte desta organização. Já o partido de oposição democrática expressou a sua indignação sobre os resultados do relatório, afirmando o Governo de mentir sobre o número efetivo de mortos, quando a investigação começou a surgir.

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