O Irão vai responder às sanções anunciadas esta sexta-feira pelo Governo norte-americano, avança a France-Presse.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da América anunciou esta sexta-feira que vai impor novas sanções ao Irão na sequência do lançamento de um míssil balístico no passado domingo. O alvo das medidas são 13 indivíduos e 12 empresas, de alguma forma ligados ao programa balístico iraniano.

A BBC avança que as empresas sancionadas estão sediadas em países como os Emirados Árabes Unidos, Líbano e China. As sanções tiveram também como alvo alguns membros da chamada Guarda Revolucionária Iraniana, uma divisão das Forças Armadas do Irão fundada depois da Revolução Iraniana. De acordo com a Reuters, os sancionados não vão poder aceder ao sistema financeiro norte-americano ou negociar com empresas norte-americanas, estando sujeitos a “sanções secundárias”, ou seja, poderão vir a ser impedidas de negociar com outros países ou a constar da “lista negra” dos Estados Unidos.

Num comunicado, John Smith, do Departamento do Tesouro, declarou, citado pela BBC, que “o apoio contínuo do Irão ao terrorismo e o desenvolvimento do seu programa de mísseis balísticos representam uma ameaça para a região, para os nossos parceiros mundiais e para os Estados Unidos“, sem porém especificar o conteúdo das medidas.

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Segundo a CNN, as sanções foram concebidas de forma a não violarem o acordo nuclear firmado entre os Estados Unidos da América, o Irão e outros cinco países durante a presidência de Brack Obama. Porém, estas representam um primeiro passo numa abordagem mais agressiva na relação com Teerão.

“São passos iniciais numa resposta à atitude provocativa do Irão”, disse à Reuters fonte do Governo, sugerindo que poderão surgir novas sanções caso o país não recue no programa balístico e continue a apoiar conflitos regionais. Afirmando que o executivo de Trump está a rever a estratégia de resposta a Teerão, a mesma fonte afirmou que “o Irão precisa de fazer uma escolha”. “Vamos continuar a responder ao seu comportamento de maneira continuada e apropriada, pressionando para que mudem.”

Na quinta-feira, o presidente norte-americano avisou, através do Twitter, que o Irão estava “formalmente sob aviso” e que o país devia estar grato pelo “acordo terrível” feito com os Estados Unidos da América em 2015, quando Obama se encontrava na presidência. Trump voltou ao ataque esta sexta-feira, afirmando que “o Irão está a brincar com o fogo” e que “eles não perceberam quão ‘simpático’ foi o Presidente Obama”.

Em resposta, Javad Zarif, ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, divulgou no Twitter uma mensagem em que afirma que o Irão não responderá a ameaças e que não irá iniciar uma guerra. “Só podemos depender dos nossos meios de defesa”, escreveu. “Não vamos usar as nossas armas contra ninguém, apenas para nos defendermos. Vamos ver se os que se queixam conseguem declarar o mesmo.”