Dois dos criminosos mais procurados da Argentina foram detidos em Aveiro pela Polícia Judiciária, de acordo com a imprensa argentina e a SIC Notícias. Rodolfo “El Ruso” Lohrmann estava desaparecido há 14 anos, depois de ter sido acusado, em 2003, de liderar o sequestro de Cristian Schaerer. O outro detido era o cúmplice José Horacio Maidana.

Os argentinos foram detidos em novembro, na sequência de vários assaltos a bancos entre 2014 e 2016, em Odivelas, Loures e Cascais. A Polícia Judiciária terá sido alertada pela Interpol de que José Horacio Maidana estava a efetuar transferências de dinheiro para a Argentina, sob o nome falso de Jorge Miguel Tavares da Costa.

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Os alegados criminosos foram detidos pela Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo da Polícia Judiciária após um assalto à mão armada em Aveiro. Tinham-se identificado como José Luis Guevara Martínez e Nikola Petkov, conta a publicação argentina Clarin. As impressões digitais trataram de esclarecer o resto.

Cristian Schaerer tinha 21 anos, era filho do ex-ministro da Saúde Pedro Schaerer (que estava a ser procurado pela justiça) e foi sequestrado a 21 de setembro de 2003, à porta de sua casa. Os raptores pediram um resgate de 277,300 dólares e a mãe, Pompeya Gómez, pagou-os. Contudo, a polícia argentina acredita que Cristian foi morto nessa noite. O corpo nunca apareceu.

As autoridades argentinas acreditavam que quem estava por detrás do crime era Rodolfo Lohrmann, líder do gangue “El Ruso”, que em 2002 se tinha envolvido num tiroteio com o pai de Cristian, por causa de 80 mil dólares. Este não era o único caso de que Lohrmann era acusado, estando envolvido noutras suspeitas relacionadas com homicídio, rapto e extorsão na Argentina, Brasil e Uruguai. Acreditava-se que tinha feito cirurgias plásticas para escapar às autoridades.

Criminosos terão de ser julgados em Portugal

Fonte da Polícia Judiciária contactada pela Lusa indicou que é provável que haja um pedido de extradição dos países da América Latina onde os dois argentinos cometeram crimes, mas terão de ser julgados e, a serem condenados, deverão cumprir as sentenças em Portugal.

Na sequência da detenção, em 2016, em Aveiro, pela Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária, de um grupo de cinco indivíduos, as autoridades enviaram para a Interpol fotografias e impressões digitais de três deles, que detinham identificações falsas.

Na altura, a PJ tinha anunciado o desmantelamento de uma estrutura criminosa “bastante violenta” de cariz transnacional que realizava assaltos a bancos à mão armada na zona da Grande Lisboa.

Os cinco homens, com idades entre os 30 e os 50 anos, foram detidos em Portugal por suspeitas dos crimes de associação criminosa, roubo qualificado em dependências bancárias, falsificação de documentos e detenção de arma proibida.

Segundo a PJ, esta estrutura criminosa “bastante violenta”, era suspeita de ter realizado cinco assaltos à mão armada em dependências bancárias, entre meados de 2014 e meados deste ano, na zona da Grande Lisboa, “cuidadosamente planeados e executados”.

Dos cinco detidos, um era de nacionalidade portuguesa, outro espanhola, e três apresentaram documentação falsa, que a polícia investigou. Durante a ação policial e em resultado de buscas domiciliárias, a PJ apreendeu “relevantes meios de prova”, como máscaras de látex, perucas e capacetes, várias armas de fogo e munições, viaturas e um vasto acervo de documentos falsificados.

A PJ, que classifica esta operação policial como complexa, refere ainda que os cinco detidos ficaram em prisão preventiva depois de terem sido presentes a primeiro interrogatório judicial. A operação foi realizada pela UNCT da PJ, num inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Loures.