Nove banqueiros em Portugal receberam, em média, 1,5 milhões de euros. Segundo os dados Autoridade Bancária Europeia (compilados no EBA report on high earners), num desses casos nacionais, os rendimentos declarados chegaram aos 3,5 milhões de euros em 2015.
O documento analisa os vencimentos de “grandes recebedores” de 22 países europeus, entre os quais Portugal. Numa análise global, a autoridade bancária refere que “o número de grandes recebedores [uma denominação traduzida de high earners, que remete para aqueles funcionários com maiores rendimentos do setor] que receberam um milhão de euros ou mais em remunerações anuais em 2015 aumentou significativamente”. Eram 3.865 em 2014 e, no ano seguinte, passaram a ser 5.142 — uma evolução que se traduz num aumento de mais de 33% entre os dois anos e que a autoridade bancária explica com a valorização da libra face ao euro, o que empurrou os banqueiros para o patamar acima de um milhão de euros em rendimentos.
No caso português, os dados de 2015 apontam para a existência de 14 banqueiros com rendimentos superiores a um milhão de euros, que receberam em média 1,5 milhões (entre remunerações fixas e variáveis). Em comparação com o ano anterior, a remuneração fixa registou uma diminuição de 32%, caindo dos 2,2 milhões de euros do ano anterior. Havia ainda um banqueiro que se destacava entre os milionários portugueses, com um salário fixo anual de 3,55 milhões de euros. Os nomes nunca são revelados.
O Reino Unido é o país com mais casos de banqueiros cujo vencimento supera um milhão de euros: são 4.133 os profissionais deste setor, com um vencimento médio de mais de dois milhões de euros. Mas é a Letónia o país em que, em média, os banqueiros recebem vencimentos mais elevados, com 2,6 milhões de euros anuais declarados.