Sete anos depois, a Metro do Porto vai poder avançar para a segunda fase de expansão da linha. A construção de uma linha direta entre São Bento e a Casa da Música, no centro da cidade, e a expansão da Linha Amarela entre Santo Ovídio e Vila d’ Este, em Vila Nova de Gaia, arranca em 2019 e deverá durar três anos para ambos os troços.

O Ministro do Ambiente, Matos Fernandes, está no Porto esta terça-feira de manhã para apresentar, ao lado dos membros do Conselho de Administração da Metro do Porto, a proposta que sai do estudo do Centro de Investigação do Território, Transportes e Ambiente (CITTA) sobre a oferta e a procura dos utentes. De acordo informações a que o Observador teve acesso, os investimentos escolhidos vão gerar uma procura adicional na rede “superior a 30 mil clientes” por dia durante a semana, o que significa um “crescimento global de 12 milhões de clientes” por ano, a somar aos atuais 58 milhões. Um fator importante, já que o critério de sustentabilidade económica era chave na hora de decidir que troços deveriam ser construídos.

A obra está orçamentada em 287 milhões de euros. As outras possibilidades em aberto no estudo eram a construção da ligação ISMAI-Trofa, a extensão da Linha F (Laranja) até ao centro de Gondomar e a construção da ligação Senhora da Hora – Hospital de São João, via São Mamede.

A nova Linha Rosa, que irá até à Casa da Música, vai implicar a construção de estações junto à praça da Galiza e Hospital de Santo António, assim como novas estações na Casa da Música e São Bento, que se vão ligar às já existentes através de túneis pedonais. Todo o percurso, que terá cerca de 2,7 quilómetros, será subterrâneo. Uma boa notícia, já que se trata de uma zona com muito tráfego automóvel. São Bento e Casa da Música já estão ligadas, mas implicam uma troca de linha na Trindade e a paragem em quatro estações.

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A nova Linha Rosa implica a construção de uma nova estação em São Bento.

Já o prolongamento da Linha Amarela vai ter 3,2 quilómetros de extensão em via dupla, integrando três novas estações — Hospital Santos Silva, Vila D’Este e uma estação subterrânea, Manuel Leão –, um viaduto com cerca de 600 metros e um túnel com cerca de 800 metros. O traçado inicial desenvolve-se em viaduto de forma a permitir o cruzamento sobre a A1 e a EN1, junto a Santo Ovídio, entrando depois em túnel até às proximidades da Rua Conceição Fernandes, prosseguindo a partir daqui e até Vila d’Este à superfície.

Falta desenvolver os projetos de execução de cada uma das linhas, que serão depois sujeitos a estudos de impacto ambiental. Prevê-se que o concurso público para a construção das novas linhas possa ser lançado entre maio e junho de 2018, para que as obras comecem em 2019. A duração prevista para a construção das duas novas linhas, que decorrerá parcialmente em simultâneo, é de três anos.

A Metro do Porto é detida em 60% pelo Estado e em 40% pela Área Metropolitana do Porto. A decisão de adiar a construção das linhas da segunda fase do Metro foi tomada pelo Governo socialista de José Sócrates, em 2011. No ano passado, o Governo alocou 500 milhões de euros para a expansão dos metropolitanos do Porto e de Lisboa, sendo que mais de metade (290 milhões) foram para a Invicta.