O diretor da CIA, Mike Pompeo, vai visitar a Turquia esta quinta-feira, onde vai discutir com as autoridades de Ancara questões ligadas à segurança, incluindo a tentativa de golpe de Estado do ano passado, no país. Trata-se da primeira visita de Mike Pompeo a um país estrangeiro desde que assumiu o cargo de diretor da CIA. As autoridades turcas acusam Fetthullah Gullen, exilado nos Estados Unidos de ter orquestrado o golpe de Estado falhado, em 2016, e exige a extradição do líder religioso turco.

Segundo a Associated Press, a visita de Pompeo foi decidida depois de um contacto telefónico, de 45 minutos, entre o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e o chefe de Estado Turco, Recep Tayyip Erdogan, na terça-feira.

De acordo com fontes oficiais norte-americanas que pediram para não serem identificadas, o diretor dos serviços de informações dos Estados Unidos (CIA) vai também abordar com as autoridades turcas questões relacionadas com os curdos financiados pelos norte-americanos e que combatem na Síria. Para o governo de Ancara, os combatentes curdos apoiados pelos Estados Unidos são considerados terroristas.

As ligações entre os países da Aliança Atlântica e a Turquia foram afetadas durante a administração Obama devido à relutância de Washington em relação à extradição de Gulen e pela manutenção do apoio aos grupos curdos que combatem extremistas islâmicos no norte da Síria.

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Ancara já expressou que aguarda “mudanças” por parte dos Estados Unidos após a nomeação de Donald Trump como presidente. As mesmas fontes disseram que a conversa telefónica entre Trump e Erdogan “foi positiva e decorreu num quadro de bom ambiente”.

Os dois líderes reafirmaram a “forte aliança” entre os dois países e abordaram também a necessidade do estabelecimento de zonas de segurança na Síria, assuntos relacionados com refugiados e a luta contra grupos terroristas.

O presidente dos Estados Unidos exprimiu o desejo de fortalecer as ligações entre Washington e Ancara, assim como garantiu cooperação em assuntos regionais turcos. Erdogan pediu a Washington para “apoiar a Turquia” na luta contra o movimento de Gulen acrescentando que os Estados Unidos devem deixar apoiar os grupos curdos na Síria. De acordo com as fontes da Associated Press, Trump e Erdogan concordaram em coordenar esforços no sentido da captura dos bastiões do grupo extremista Estado Islâmico em Al-Bab e Raqqa, no norte da Síria.