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Longa vida à Duquesa do Norte Litoral

Este artigo tem mais de 5 anos

Sete canções feitas de instinto e bom gosto. Nuno Rodrigues, o homem dos Glockenwise, dá-nos mais um disco com as contas todas certas.

Nuno Rodrigues, ou Duquesa no telhado
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Nuno Rodrigues, ou Duquesa no telhado

Renato Cruz Santos

Nuno Rodrigues, ou Duquesa no telhado

Renato Cruz Santos

Um bravo aventureiro, Nuno Rodrigues, o homem que quando faz música por conta própria usa a assinatura Duquesa. Ainda é fevereiro, rapaziada, estamos no início do ano e com este disco tudo parece uma noite quente, sem planos, sem compromisso nem horas, nada de tretas. É um disco para deixar andar o tempo mas em bom. Nuno, um tipo trabalhador com bom gosto profissional, sabe o que quer, quando e onde. Sabe o que está a mais e o que faz mesmo falta. Pop delicada feita por um rufia, um rock’n’roller que meteu (mais uma) folga dos Glockenwise para provar que é sensível; e para provar também que é irónico — como se fizesse alguma diferença saber qual deles é o mais verdadeiro.

“Norte Litoral”, de Duquesa (Lovers & Lollypops)

Seis canções no primeiro EP, sete neste Norte Litoral. Não vale a pena ir mais longe se com números pequenos se faz conta certa. Nuno tinha canções para gravar, não tinha contratos para cumprir. São sete porque não podiam ser mais nem menos. E não é que o raio do disco soa mesmo a satisfação pessoal? É uma graça dar de caras com uma gravação assim, quando se percebe em todas as notas que “era mesmo isto” que o artista queria, era ali que esperava chegar.

Chegou de tal maneira que ficamos agora à espera que o verdadeiro Norte Litoral, o geográfico, junte toda a coolness portuguesa. Faria todo o sentido, depois de ouvir estas canções. Guitarras com notas estudadas à vez, canções em que os instrumentos pedem licença uns aos outros para entrar. Nuno Rodrigues canta em inglês e português, faz slacker rock que também é preguiça pop. E mais vale usar este último carimbo, só para lembrar que não precisamos ir mais longe para escolher o nosso herói favorito das coisas indies. Ele está no meio de nós e é uma sorte. Quando virmos o nome dele num cartaz, é correr como corremos com outros, combinado?

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[o tema que dá título ao disco:]

Nada de enganos, não estamos aqui com um messias cantor. Podíamos estudar em detalhe as letras de Nuno Rodrigues e tirar conclusões iluminadas sobre as dores de ser adulto e outros dilemas do mesmo género. Mas logo à primeira canção há um verso em destaque, é cantado na nota mais alta e parece chegar mais longe: “Eu sei lá”. Nuno não sabe, nós não sabemos, talvez uns se safem, a maioria nem por isso. É o que dá ser adulto ou ter que o ser, qualquer das hipóteses é complicada. E enquanto não chegamos a nenhuma sabedoria maior, Norte Litoral é dos melhores conjuntos de canções para ouvir enquanto nos preocupamos apenas em tentar não ter preocupações. É uma missão difícil, mas fazer um disco destes também o é e Nuno Rodrigues conseguiu.

Ele fala-nos de amor e da falta dele, da idade e de como ela passa, das dúvidas e da ausência de soluções para as resolver. Parece apenas mais um, outro como nós, certo? Errado. Ele sabe cantar tudo isto para fazer da rotina algo mais entusiasmante. E no fim do disco faz uma tremenda dedicatória ao litoral do Norte, na canção que tem o título do disco. Um baladão para danças sem par, uma tristeza melancólica que é uma alegria. “O granito é melhor molhado, deixem-me aqui um bocado; deixem-me no meu lugar, sou da costa, quero ver o mar”. Vai ser bonito ver toda a gente a cantar isto nos concertos como se vivêssemos todos na mesma rua.

[ouça aqui “Norte Litoral” na íntegra:]

Aproveitemos, sejamos gente melhor, vá lá. Norte Litoral é uma boa companhia para lá chegar. E já agora, apenas um extra: aqueles 35 segundos de saxofone em “Better Men” valiam já uma entrada nos melhores do ano. Que pontaria, Duquesa, que pontaria.

Concertos de Duquesa: 25 de fevereiro no gnration, em Braga. A 23 de março no Passos Manuel, no Porto, e a 24 no Musicbox, em Lisboa.

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