A adoção de duas gémeas do Malaui pela cantora Madonna suscitou críticas de várias organizações não-governamentais naquele país africano, onde a norte-americana já havia adotado outras duas crianças, segundo a agência de notícias francesa AFP. Na terça-feira, o tribunal de Lilongwe deu permissão para a cantora adotar duas gémeas de quatro anos, Esther e Stella, de um orfanato em Mchinji, no centro-oeste do país, perto da fronteira com a Zâmbia.

“Ela deveria ter uma abordagem diferente, ajudando as famílias pobres com crianças ao invés de as adotar”, disse Maxwell Matewere, o diretor da organização não-governamental (ONG) “Olhos para as Crianças”, à AFP.

“A maioria das famílias adoraria criar os seus filhos em casa se tivesse apoio financeiro”, acrescentou. Para Ken Mhango, o diretor no Malaui da Rede Africana para a Proteção e a Prevenção de Abuso Infantil (ANPPCAN), a cantora dá “a impressão que no Malaui há um mercado de crianças pobres prontas para serem adotadas”.

De acordo com a decisão da justiça, consultada hoje pela AFP, Madonna sentiu-se na “obrigação” de adotar as duas gémeas. De acordo com a juíza Fiona Mwale, que concedeu a permissão de adoção, o trabalho de Madonna nos orfanatos fê-la sentir “obrigada a preencher o vazio na vida” das crianças e “abrir a sua casa”.

Madonna já havia adotado um menino, David Banda, em 2006, no mesmo orfanato em Mchinji, e três anos mais tarde adotou uma rapariga, Mercy James. Em 2006, a cantora norte-americana criou a fundação Raising Malawi, para cuidar especialmente de órfãos deste país e ainda construir hospitais.

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