Julian Assange terá 30 dias para deixar a embaixada do Equador em Londres, caso o candidato de direita, Guillermo Lasso, vença as eleições presidenciais no Equador na próxima semana, a 19 de fevereiro. Lasso, candidato pelo maior partido de oposição (aliança Creo-Suma), afirmou em entrevista ao jornal britânico The Guardian que está na altura de o fundador da Wikileaks abandonar a embaixada porque os gastos derivados do asilo político que o Equador concedeu a Assange há sensivelmente quatro anos e meio são muitos e já não são justificáveis.

“O povo equatoriano está a pagar um custo que já não deveria suportar”, disse Lasso, referindo que, caso assuma o mandato, irá solicitar de forma cordial a saída do fundador da Wikileaks. Citado pelo jornal já referido, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, Guillaume Long, disse que muito provavelmente esta é a embaixada mais “vigiada do planeta”. A isso acrescentou as condições “precárias” em que Assange se encontra, uma vez que a embaixada não dispõe de acesso ao exterior:

Não há pátio ou jardim, pelo que ele tem passado quatro anos e meio no primeiro andar de um edifício em Londres, onde não há muita luz, sobretudo no inverno”.

De referir que em outubro do ano passado era notícia que a embaixada do Equador em Londres havia cortado o acesso à internet na sequência da divulgação de e-mails sobre Hillary Clinton, então candidata democrata às presidenciais norte-americanas. Ainda no início desta semana, a 6 de fevereiro, Assange assinou um comunicado onde pediu ao Reino Unido e à Suécia que lhe devolvessem a liberdade.

Assange encontra-se refugiado na embaixada do Equador desde 2012, de maneira a evitar ser extraditado para a Suécia, depois de ter sido acusado de um crime de abuso sexual. O receio do jornalista é de vir a ser extraditado para os Estados Unidos, onde pode enfrentar uma acusação de espionagem.

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