Gastão Elias assumiu à agência Lusa que a entrada no ‘top-50’ do ténis mundial é o seu objetivo mais imediato e não escondeu que seria bom tornar-se o número um nacional. Numa das suas raras visitas a Portugal, onde esteve a representar Portugal na Taça Davis, Gastão Elias não fugiu à pergunta sobre se este seria o ano em que se tornaria no melhor tenista português: “Espero que sim, era bom. Já estive ali no número 57, gostei e não quero largar. Queria chegar ao ‘top-50’. Neste momento, esse é o objetivo principal”. O número dois nacional, que neste momento é 76.º do ‘ranking ATP’, começou, pela primeira vez na sua carreira, a época dentro do ‘top-100’ mundial, algo que, na sua opinião, não representa uma pressão acrescida.

“Não tenho nenhuma responsabilidade. A única responsabilidade que tenho é dar 100%. Portanto, estou muito tranquilo para esta época, muito confiante. Nestes primeiros três torneios do ano não tive um grande resultado, mas fiz algumas boas exibições. Foi um início de época positivo e agora é arrastar isso para o resto do ano”, salientou.

O jovem da Lourinhã, que está radicado em Miami (Estados Unidos), garantiu não ter ficado desanimado com a derrota na primeira Open da Austrália frente ao tenista local Nick Kyrgios, atual 15.º tenista mundial. “O Kyrgios é um grande jogador, sabia que ia ser muito complicado. Ainda por cima com ele a jogar em casa, com o apoio do público, o que faz com que ele mentalmente – que é talvez o seu ponto fraco – seja mais consistente. Sabia que ia ser um encontro muito difícil, esperava fazer melhor, mas serviu como experiência. Podia ter jogado o meu melhor ténis e ter saído de lá com a derrota na mesma, porque ele é realmente muito bom”, explicou.

Apesar da derrota por 6-1, 6-2 e 6-2, Elias trouxe para casa, da sua estreia no quadro principal no Open da Austrália, “uma grande experiência, num campo em que nunca tinha tido a oportunidade de competir e onde não é fácil jogar, sobretudo numa atmosfera daquelas”. O segundo melhor tenista nacional de sempre brincou ainda com o facto de nunca ter ultrapassado uma ronda num torneio do ‘Grand Slam’ – “É de propósito, é para aumentar o suspense” -, mas reconheceu que gostava de ir longe num ‘major’. “Agora tenho algum tempo até ao próximo, vou concentrar-me agora nestes próximos torneios da América do Sul, em que tenho alguns pontos a defender. Mas normalmente jogo muito bem neste circuito”, referiu à Lusa.

O seu idílio com os torneios sul-americanos não é de hoje e explica-se por vários fatores: “Gosto muito das condições. São lugares onde faz muito calor e o piso é o que eu gosto: terra batida. Mas é uma terra batida diferente da europeia e eu gosto de jogar lá e, especialmente, no Brasil tenho muito apoio do público. É quase como jogar em casa. E agora na Argentina, cada vez mais, tenho pessoas a puxar por mim. A minha equipa técnica, neste momento, é toda de lá”.

Foi precisamente na Argentina que Elias se preparou para esta temporada, com um programa de treinos diferente daquela que costumava adotar. “Foi uma pré-temporada intensa, em que treinei bastante, com grandes parceiros de treino. Mas a parte principal foi a física, foi a mudança mais drástica. Não foi por serem mais horas ou menos horas, simplesmente foi um plano diferente. Há seis ou sete anos que treinava da mesma maneira. Esperemos que isso seja bom para o futuro que aí vem”, disse o tenista de 26 anos, que vai jogar os torneios de Buenos Aires (Argentina), do Rio de Janeiro e de São Paulo (Brasil) nas próximas semanas.

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