O Ministério Público afirmou esta quinta-feira que a Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, cancelou os planos para se submeter a interrogatório em protesto contra fugas de informação sobre a sua investigação divulgadas nos media. Os procuradores e a chefe de Estado concordaram que a presidente seria questionada esta quinta-feira sobre o seu alegado envolvimento num escândalo de corrupção que levou à sua destituição. Os procuradores indicaram ainda que ambas as partes acordaram não revelar a hora exata nem o local do interrogatório até que fosse dado como concluído.

O porta-voz do Ministério Público Lee Kyu-chul afirmou que os advogados de Park comunicaram à sua equipa a sua indisponibilidade para o interrogatório depois de acusarem os procuradores de fuga de informação sobre o caso. A televisão SBS noticiou, na terça-feira, que Park ia ser questionada esta quinta-feira na Casa Azul. Lee frisou que os procuradores não libertaram qualquer informação.

O parlamento, controlado pela oposição, aprovou a destituição da Presidente a 9 de dezembro por causa daquele que é um dos maiores escândalos políticos da história recente da Coreia do Sul, uma decisão que terá de ser ratificada pelo Tribunal Constitucional para ser definitiva. O tribunal tem até junho para decidir se Park tem de abdicar permanentemente ou pode voltar a assumir o cargo. Os seus poderes presidenciais estão suspensos, com o primeiro-ministro a liderar o Governo.

O Ministério Público considera que Choi Soon-sil, protagonista do escândalo, amiga de longa data de Park, extorquiu com a conivência da chefe de Estado os principais conglomerados do país para fazer entrar 77.400 milhões de won (cerca de 61 milhões de euros) em duas fundações que controlava, em troca de favores.
Choi Soon-sil, conhecida já como “Rasputina”, é ainda acusada de ter interferido em assuntos de Estado, apesar de não desempenhar nenhum cargo público.

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