Apesar da boa receptividade que as antecessoras tiveram da parte do mercado e mesmo com o segmento a continuar a registar uma procura muito razoável por este tipo de carroçarias, a Alfa Romeo já decidiu: uma carrinha derivada do novo Giulia não fará parte das próximas novidades com emblema da marca de Arese.

“Decidimos que não vamos produzir uma carrinha Giulia Sportwagon”, anunciou, em declarações reproduzidas pela britânica Car Magazine, o director de Produção da Alfa Romeo, Alfredo Altavilla. Deixando, inclusivamente, a interrogação: “Será que precisaremos mesmo de uma variante assim, caso o SUV Stelvio venha a revelar-se um sucesso? Se calhar, não. Até porque, com o acerto correcto, o Stelvio será capaz de agradar ao tipo de clientes que tradicionalmente procura uma Sportwagon.”

Apesar desta posição, importa recordar que a Alfa Romeo tem em curso um ambicioso plano de relançamento da marca, o qual, após ter sido anunciado no Verão de 2015 pelo CEO da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), Sergio Marchionne, conta com um orçamento na ordem dos 4,6 mil milhões de euros. Montante que servirá igualmente para colocar no mercado oito novos modelos, até 2018, com o propósito último de conseguir mais do que quadruplicar a vendas – qualquer coisa como 400 mil carros por ano.

No entanto, já em Janeiro último, a anunciada cadência de novos modelos acabou por sofrer um ajuste, com o adiamento dos prazos, de 2018 para 2020. Em parte, devido ao arrefecimento do mercado chinês, o maior e mais importante para a Alfa Romeo, onde a marca espera vir a vender cerca de 80 mil carros.

Apesar desta travagem, o principal responsável da Alfa Romeo para a Europa, Fabrizio Curci, veio já tranquilizar os muitos fãs da marca, garantindo – também em declarações à Car Magazine – que o plano de relançamento vai mesmo ser cumprido: “Será que alguém acredita que nós investiríamos todo o dinheiro que investimos, se não tivéssemos uma ideia precisa daquilo que terá de ser a cadência de novos produtos? O Sr. Marchionne já havia dito: ‘Posso ter de adaptar a estratégia àquilo que são as necessidades do mercado.’ O que tínhamos em mente pode ter de ser adequado. Durante bastante tempo pensámos na hipótese de uma carrinha Giulia Sporwagon, mas a verdade é que o segmento tem vindo a mudar muito depressa.”

Ainda assim, Curci reconhece que passar de uma situação de vendas residuais para cerca de 400 mil carros por ano, seria um crescimento épico. “É claro que, estando de fora, eu também pensaria assim”, assume. Mas acrescenta: “Estando por dentro, sei que o mais importante foi construir as fundações do projecto. Já temos a nova plataforma para veículos de tracção traseira – foi uma grande conquista –, temos a fábrica de Cassino totalmente renovada após um investimento de 1,1 mil milhões de euros e totalmente dedicada ao fabrico dos modelos Alfa Romeo. Foi difícil chegar aqui. Sangrento, até. Mas essa foi a verdadeira grande conquista, pois agora estamos finalmente preparados para seguir em frente e rápido, se necessário, alterando os planos.”

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